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Suíça está mais próxima da UE

Keystone

Com a entrada em vigor dos 7 acordos bilaterais com a União Européia, muita coisa vai mudar progressivamente para os suíços. Não é uma revolução mas um sinal de abertura.

Na verdade, a Europa vai se abrir primeiro aos suíços e a Suíça se abrirá progressivamente aos europeus com a entrada em vigor (1° de junho) dos 7 acordos bilaterais negociados durante quase dez anos.

Povo não quer aderir

Como a maioria do povo suíço não quer aderir à UE, o governo suíço teve que negociar esses acordos pois o País tem mais de dois terços de seu comércio com os 15 países que a compõem atualmente.

Em geral, os analistas estimam que esses acordos devem reforçar a competitividade da economia suíça com efeitos positivos de até 2% do PIB (Produto Interno Bruto), dentro de 5 anos.

Os 7 acordos setoriais (livre circulação de pessoas, transporte aéreo, transporte terrestre, pesquisa científica, agricultura, mercados públicos e obstáculos ao comércio) foram aprovados em votação popular por 67,2% dos eleitores suíços (21/5/2000) e ratificados pelo Parlamento suíço (16/10/2000).

Um deles, o mais delicado, sobre a livre circulação de pessoas, teve de ser ratificado pelos 15 Parlamentos nacionais dos países da UE, daí só entrarem em vigor agora.

Preferência aos europeus

Progressivamente, o mercado de trabalho será aberto nos dois sentidos. Dentro de dois anos, os suíços poderão trabalhar livremente em qualquer país da UE. Os europeus só poderão instalar-se livremente na Suíça dentro de 12 anos.

Apesar da Suíça já ter mais de 20% de estrangeiros, as empresas suíças e européias poderão enviar facilmente seus funcionários de um país a outro, por exemplo, sem as restrições que vigoravam até agora. A livre circulação inclui o reconhecimento mútuo de diplomas.

Em contrapartida, as restrições para os estrangeiros não europeus deverão aumentar, como previsto no projeto de lei que será brevemente debatido no Parlamento suíço.

Segunda rodada

Muitos questionam se não seria mais simples a Suíça aderir de vez à UE. A questão é politicamente delicada porque a maioria da população não quer e uma eventual adesão terá de ser votada pelo povo. Conforme a Constituição suíça, o povo é o soberano, não o governo nem o Parlamento.

O objetivo declarado do governo é aderir à UE, a longo prazo. Enquanto isso, estão em andamento as negociações para uma segunda rodada de acordos bilaterais com a União Européia.

swissinfo/Claudinê Gonçalves

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