Vigilância de preços: exames médicos custam muito mais na Suíça do que no exterior

O vigilante de preços quer que o governo examine as diferenças de preços dos exames de laboratório feitos em consultórios médicos e aqueles feitos por laboratórios especializados na Suíça. © Keystone / Gaetan Bally

Os pacientes na Suíça pagam em média 2,3 vezes mais por exames feitos por laboratórios especializados e 4,5 vezes mais por análises em um consultório médico do que os pacientes na França, Alemanha e Holanda.

O vigilante de preços suíço examinou os custos dos dez exames médicos mais caros na Suíça e constatou que cada um deles é mais caro no país alpino do que nos três outros países europeus.

As diferenças de preço eram às vezes “desproporcionais”, disse o supervisor de preços, Stefan Meierhans, na quinta-feira. Um exame de sangue realizado em um consultório médico na Suíça, por exemplo, custa 31 vezes mais do que na Alemanha. Essas diferenças representaram mais de CHF1 bilhão (US$ 1,08 bilhão) em despesas para os planos de saúde suíços em 2020 e CHF500 milhões para os lares suíços, acrescentou ele.

Países como França e Alemanha conseguiram baixar os preços graças a “reformas estruturais de longo alcance”, tais como a profissionalização dos serviços e estruturas mais eficientes como grandes laboratórios, de acordo com o vigilante dos preços na Suíça.

Meierhans recomenda que o Ministério do Interior, que é responsável pelas questões de saúde, fixe os preços com base em uma comparação internacional, como faz para os medicamentos. Ele também sugere que o ministério examine as diferenças de preços entre consultórios médicos e laboratórios especializados.

Laboratórios desaprovam a análise

Em resposta ao relatório da vigilância, a associação dos Laboratórios Médicos da Suíça disse que os preços não poderiam ser comparados com outros países sem levar em conta outros custos, como o aluguel, que é mais alto na Suíça. As qualificações dos trabalhadores suíços também são mais altas e o sistema de laboratório é descentralizado, o que torna as comparações internacionais complicadas.

O grupo também se opôs à sugestão de fixar preços com base em comparações, argumentando que “análises são serviços e não produtos médicos”.