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Calor do corpo para recarregar o celular do futuro

Protótipo do gerador termoelétrico ligeiros, fino e flexível.

O prêmio científico "Swisselectric Research 2009" foi dado ao pesquisador da Escola Politécnica Federal em Zurique (ETH), Wulf Glatz, por ter desenvolvido um gerador termoelétrico econômico de nova geração, capaz de converter o calor humano em corrente elétrica.

Como é capaz de funcionar a baixas temperaturas, o invento é visto também como uma contribuição substancial para a melhora da eficácia energética.

A maioria dos aparelhos eletrônicos irradia calor. Enquanto a energia térmica costuma ser recuperada nos processos industriais, ela é todavia muito pouco explorada nas residências. Contudo, é possível reutilizá-la especialmente graças à utilização de geradores termoelétricos.

Possível, mas em longo prazo

Os geradores termoelétricos (TEG) convertem a energia térmica em energia elétrica sem gerar emissões. Isso graças às diferenças de temperatura entre uma fonte de calor e a do ambiente. Apesar da grande repercussão tida pelo invento, Wulf Glatz explica que a aplicação do novo gerador na produção de celulares só poderá ser concretizada em cinco a dez anos.

“Para que isso seja possível, é preciso haver uma diferença de temperaturas de aproximadamente trinta graus entre a pessoa que carrega o celular e o local onde ela está. Seria o caso na Groelândia ou Islândia. Um fator importante é o local”, diz o pesquisador.

Wulf Glatz não esperava receber o prêmio e nem ter provocado tanta repercussão na imprensa e em vários sites na internet. O responsável pela “Swisselectric Research”, Michael Paulus, explica que, dos doze projetos que chegaram à final do concurso, apenas quatro foram escolhidos na pré-seleção.

“Estes quatro eram candidatos muito interessantes e o debate foi bastante intenso para escolher finalmente o ganhador do prêmio. Glatz e sua equipe são muito competentes, apesar da grande distância que existe ainda entre os testes realizados em laboratório e a aplicação futura do invento no mercado”, afirma Paulus.

Proposta inovadora

Glatz elaborou uma nova forma barata de fabricar geradores termoelétricos. Ela consiste em depositar o material termoelétrico diretamente em uma folha plástica. Os custos são dez vezes menores do que o processo clássico.

Como novidade, esses geradores são finos, rápidos e podem ser também utilizados em superfícies curvas. Desprovidos de peças móveis, eles necessitam de pouca manutenção.

“Eles também requerem menos material e, por consequência, são mais baratos para produzir. Também a condição do tamanho reduzido é importante para a indústria automobilística, dentre outras”, comenta Glatz.

Além disso, os TEG funcionam para a conversão à baixa temperatura (inferior a 200°C), permitindo o abastecimento de aparelhos como telefones portáteis graças ao calor do corpo emitido pelos seus usuários.

“Escolhemos a proposta de Wulf Glatz, pois é a mais inovadora em dois quesitos. No aspecto tecnológico, por exemplo, o premiado conseguiu resolver muitas complicações e problemas técnicos de maneira brilhante. Por outro lado, valorizamos o fato de Glatz ter tido uma concepção do sistema inteiro na sua mente, muito mais do que um único ponto de vista. A seleção relativa aos materiais também foi destacável na sua candidatura”, revela Paulus.

Na casa e nos automóveis

Como exemplo de aplicação, os geradores poderiam ser instalados nas residências para produzir eletricidade a partir do calor emitido pela calefação central.

Nos automóveis, eles poderiam alimentar a eletrônica de bordo graças às emissões térmicas dos motores. Isso representaria uma economia de 10% do consumo de combustível.

Glatz entrou com um pedido de patente e também fundou a empresa “Greenteg”. Seu objetivo é comercializar a nova tecnologia em dois anos. “Já tivemos contatos com a indústria automobilística e vamos fabricar os primeiros protótipos.”

Quanto à instalação dos geradores nas residências, Paulus vê sua possibilidade em um prazo de cinco a dez anos. O campo de utilização da nova tecnologia é muito amplo. “O principal problema é diminuir ainda mais os custos de produção.”

Pela inovação, Wulf Glatz, 35 anos, recebeu também um prêmio em dinheiro: 25 mil francos. O “Swisselectric Research 2009” é concedido anualmente a personalidades que contribuem para o avanço das pesquisas na área da eletricidade pelas três maiores companhias do setor na Suíça.

Iván Turmo, swissinfo.ch

A temperatura é uma magnitude que reflete o nível térmico de um corpo, ou seja, sua capacidade de ceder energia calorífica.

A temperatura depende do movimento das moléculas que compõem a substância. Se estas estão em maior ou menor movimento, será maior ou menor sua temperatura respectivamente.

O calor é a energia que se perde ou ganha em certos processos. Os termos de temperatura e calor, mesmo que relacionados entre si, refletem conceitos distintos: a temperatura é uma propriedade de um corpo e o calor é um fluxo de energia entre dos corpos a diferentes temperaturas.

A temperatura do corpo é a medida do grau de calor de um organismo e desempenha um papel importante para determinar as condições de sobrevivência dos seres vivos.

Wulf Glatz desenvolveu um novo processo de fabricação de geradores termoelétricos. O tema também se tornou a sua tese de doutorado na cátedra de microtecnologia e sistemas nano na Escola Politécnica Federal de Zurique (ETH-Zürich).

O processo de geradores termoelétricos consiste em depositar o material termoelétrico diretamente em uma folha de plástico, um material dez vezes mais barato do que os processos clássicos.

Os geradores fabricados segundo o procedimento são finos e ligeiros, podendo também ser utilizados em superfícies curvas. Desprovidos de peças móveis, necessitam de pouca manutenção.

Glatz entrou com um pedido de patente. Ele também fundou a empresa Greenteg, com o objetivo de comercializar a sua tecnologia nos próximos anos.

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