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Jornais suíços planejam “versão própria do iPad”

O iPad da Apple já pode ser comprado na Suíça, via internet. Keystone

As três maiores editoras suíças acreditam no sucesso do IPad, mas pretendem lançar uma plataforma de jornais eletrônicos com leitor próprio para continuar independentes da Apple.

A revista de economia cash.ch estima que, até o final deste ano, serão vendidos na Suíça mais de 100 mil desses minicomputadores portáteis da Apple, que podem ser comprados a partir de hoje no país.

Segundo o jornal SonntagsZeitung, os grupos Tamedia, Ringier e NZZ, que editam os principais jornais da Suíça, acreditam que o IPad será o primeiro produto da categoria tablet PC que irá se impor no mercado. As editoras preveem a venda de 30 mil aparelhos no país até o final do ano, 70 mil até o final de 2011.

Ao mesmo tempo, elas temem tornar-se dependentes da Apple que, com o iPod e o carregador iTunes, já é a maior vendedora mundial de música e impõe os preços à indústria fonográfica.

Para evitar que a empresa norte-americana faça o mesmo com jornais e livros na Suíça, as empresas jornalísticas pretendem apresentar nas próximas semanas um aparelho próprio para a leitura de uma plataforma que se chamará Codex, onde planejam vender suas publicações eletrônicas.

Segundo o SonntagsZeitung, editado pela Tamedia, já existem esforços na Alemanha e nos EUA para fazer algo semelhante, mas as editoras suíças são as primeiras do mundo que conseguiram um parceiro forte na área de telecomunicações. A companhia Swisscom fará a implementação técnica da plataforma Codex.

Pagamento com moeda fictícia

Na fase piloto, de maio a julho próximo, 150 leitores receberão um equipamento (e-reader) com o qual poderão assinar a versão eletrônica de um jornal ou de uma revista à sua escolha e carregá-la no seu e-reader.

Nesta fase, o pagamento será feito com uma moeda fictícia. Assim as editoras querem descobrir quanto os usuários estão dispostos a pagar por quais conteúdos. Só depois serão definidos os preços comerciais.

Também está sendo discutida a opção de um jornal personalizado, em que o leitor possa assinar apenas as partes do jornal que lhe interessem, por exemplo, a seção de esporte, economia ou cultura.

Com a prancheta eletrônica própria, as editoras suíças tentam remar contra a corrente do consumo gratuito de informações na internet e dos jornais gratuitos impressos. Os jornais suíços pagos obviamente também estarão disponíveis no iPad.

Boom semelhante ao iPhone

O início oficial da venda do iPad na Suíça está previsto para 24 de abril, mas, a partir desta quinta-feira, a loja de eletrônicos Digitec.ch já vende equipamentos importados “paralelamente” dos EUA. A versão de 16 GB, com W-Lan, mas sem 3G custa 799 francos (US$ 742).

“Feita a encomenda on-line, em 24 horas o produto está nas mãos do cliente”, disse a porta-voz da empresa, Nicoletta Studer. Os outros modelos, de 32 GB (949 francos) e 64 GB (1089 francos), estarão disponíveis provavelmente a partir da próxima semana na Digitec.ch.

Apesar das críticas à sua qualidade, o minicomputador portátil da Apple promete ser um sucesso também na Suíça. Analistas preveem a venda de “algumas dezenas de milhares” até o final do ano.

“Este número, no entanto, está longe da realidade. Em 2010 deverão ser vendidos mais de 100 mil iPads na Suíça”, estima a revista econômica cash.ch. Nos EUA, foram 300 mil no primeiro dia de vendas (5/3).

Segundo a revista, os analistas também se enganaram no lançamento do iPhone, em julho de 2008. Em vez de esperadas “algumas dezenas de milhares” de smartphones foram vendidos 150 mil na Suíça. Até hoje são cerca de 700 mil.

A Apple ainda não revelou qual será o preço do iPad na Suíça, mas a revista cash.ch estima que ele custará em torno de 500 francos. Prováveis vendedores, como as companhias telefônicas Swisscom e Orange, esperam um “sucesso no mínimo semelhante ao do iPhone”.

“Isso significaria a venda de 150 mil iPads em cinco meses. Este ano, então, poderiam ser vendidos até 200 mil unidades no país. Mas esta informação não é confirmada oficialmente”, escreve a revista.

Segundo a cash.ch, para as companhias de telecomunicação, mais interessante do que o iPad deverá ser a quarta geração do iPhone, que usa as redes telefônicas para a transmissão de dados, enquanto o IPad aposta no W-Lan, pelo menos na versão puramente para W-Lan.

Geraldo Hoffmann, swissinfo.ch

As principais características do novo produto da Apple:

* Tela sensível a toque de 9,7 polegadas;

* Versão de 16 gigabytes custa 499 dólares nos Estados Unidos, de 32 GB sairá por 599 dólares, e de 64 GB por 699 dólares;

* Capacidade sem fio 3G custará valor adicional de 130 dólares;

* Bateria tem duração de 10 horas e de 1 mês em “standby”;

* Espessura de 1,3 centímetro, peso de 680 gramas;

* Conexão WiFi e Bluetooth, permite visualizar informações na tela nos modos horizontal e vertical;

* Opera com um sistema operacional que é uma variação do software do iPhone. Segundo a Apple, todos os aplicativos do iPhone funcionam no iPad;

* Suporta o iWork, pacote de aplicativos da Apple que compete com o Office da Microsoft;

* Equipado com chip A4 de 1GHz da Apple;

Fonte: Reuters

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