Leitos em UTIs podem lotar em uma semana
A Suíça deverá ficará sem leitos de terapia intensiva no dia 2 de abril devido à progressão da pandemia do coronavírus, segundo um estudo do Instituto Federal de Tecnologia ETH Zurique. Calcula-se que o déficit de UTIs em todo o país chegue por volta das mil unidades.
Levando em conta o número atual de leitos em unidades de terapia intensiva, estimado em 979, e o número de mortes ligadas ao Covid-19, "nosso último relatório sugere que o sistema está próximo da saturação, com base nos dados disponíveis", disse Thomas Van BoeckelLink externo, do departamento de ciência de sistemas ambientais da ETHZ e co-autor do relatório.
Além do cantão do Ticino, a capacidade de camas já encontra-se no limite nos cantões de Vaud, Genebra, Valais e Grisões, disse ele na sexta-feira, em entrevista ao diário La Liberté e aos jornais parceiros. "Segundo os nossos modelos, chegaremos a uma escassez [maior] no dia 2 de abril".
A partir desta data, se não forem tomadas medidas em tempo (leia-se: já), podem faltar 86 lugares só em Zurique, disse ele. "A falta de leitos também seria sentida em Berna e Solothurn. A situação poderia piorar muito no Valais com mais de 250 casos excedentes" - ou 1.000 em toda a Suíça, acrescentou ele.
Van Boeckel destacou que esta é uma estimativa, que não se baseia nos dados que os hospitais são obrigados a apresentar ao governo desde 13 de março.
Leitos que ainda estão disponíveis no norte, centro e leste da Suíça, assim como nos grandes hospitais das cidades, poderiam absorver parcialmente o excedente de pacientes dos cantões de Vaud e Ticino, calcula Van Boeckel.
Passada a marca das 200 mortes
Os pesquisadores da ETH Zurique reconstruíram os prováveis casos agudos de Covid-19 a serem esperados com base nos dados da Sociedade Suíça de Medicina Intensiva, no número de mortes no cantão de Zurique, e em números do www.corona-data.ch, utilizando modelos de equações diferenciais.
Até 27 de março, quase 12.000 pessoas haviam testado positivo para o Covid-19 na Suíça e por volta de 200 pessoas haviam morrido.

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