Crítico afiado do Vaticano, teólogo Hans Küng morre aos 93
Hans Küng, teólogo e idealizador da Fundação para uma Ética Global (Weltethos), posa ao lado de uma obra do artista Serge Mangin, após uma cerimônia por ocasião do 10º aniversário da fundação em Tübingen, Alemanha, março de 2005.
Keystone/Bernd Weissbrod
O teólogo suíço Hans Küng, um dos mais eloquentes críticos da Igreja Católica Romana, morreu aos 93 anos de idade.
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Prominent Vatican critic Hans Küng dies at 93
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Küng faleceu na cidade alemã de Tübingen, onde vivia e dava palestras desde os anos 1960, e a notícia foi anunciada pela sua Fundação por uma Ética Global (Global Ethic FoundationLink externo) na terça-feira.
Ele adquiriu uma reputação como escritor prolífico, promovendo o diálogo entre as religiões, bem como desafiando o Vaticano, notadamente por suas opiniões controversas sobre a infalibilidade papal.
Küng foi um dos teólogos mais jovens a aconselhar os bispos no Concílio Vaticano na década de 1960. Ele perdeu sua licença para lecionar em universidades católicas em 1979 por causa de suas freqüentes críticas sobre questões como o celibato sacerdotal, a política da Igreja sobre governança, liturgia, controle de natalidade, aborto e casamentos mistos, assim como a proibição de sacerdotes mulheres.
Küng freqüentemente expressou apoio público às demandas das organizações de base e apelou por mais democracia na igreja.
Mais tarde, ele se tornou professor de teologia ecumênica em Tübingen até sua aposentadoria em 1996. Küng permaneceu como padre católico e em 2011 ele foi co-fundador da Global Ethic Foundation.
Ele também recebeu inúmeros doutorados honorários de universidades dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, bem como prêmios e honrarias, com destaque para o prêmio da cultura suíça de 1991.
‘Idealista sem ilusões’
Os líderes e personalidades da Igreja na Suíça e na vizinha Alemanha prestaram homenagem a Küng como um reformador rebelde, genuíno e de forte caráter.
Seus críticos o consideravam brilhante, excessivamente eloquente e desrespeitoso.
Em seu obituário, o New York Times citou Küng como “um idealista sem ilusões”, mencionando uma célebre frase em que se auto-definia: “eu não tenho um otimismo fácil, mas uma séria esperança”.
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