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Federer participa das Olimpíadas pela terceira vez

Federer a caminho do ouro em Pequim. Reuters

O então número um do tênis mundial, atualmente n° dois, Roger Federer, pretende somar mais uma medalha de ouro à sua rica coleção de troféus, com um bom desempenho nos Jogos Olímpicos de Pequim, cuja estréia coincide com seu 27° aniversário.

Em 2000, nas Olimpíadas de Sydney, Federer ficou em quarto lugar. Em Atenas, quatro anos depois, não passou da segunda rodada, sendo eliminado, para surpresa geral, pelo checo Thomas Berdych.

Na sua impressionante trajetória, faltam apenas o título de Roland Garros, em Paris, e a medalha de ouro olímpica. Um título em Pequim devolveria um pouco de brilho ao tenista suíço, neste ano de altos e baixos.

Federer foi derrotado por seu implacável adversário, Rafael Nadal, na final de Roland Garros, em junho, e na de Wimbledon, em julho. Esta última derrota foi particularmente amarga para ele porque pôs fim à sua aspiração de fazer história, tornando-se o primeiro tenista, desde 1880, a ganhar seis torneios consecutivos nas quadras do All England Club de Wimbledon.

Mas, apesar de seu desempenho sofrível nas duas partidas antecedendo as Olimpíadas, Roger Federer considera os Jogos um dos momentos mais culminantes de sua carreira esportiva.

“Quando joguei em Sydney senti uma sensação fantástica. Aquelas duas semanas foram tão felizes que me pareciam um sonho incrível”, recorda.

“Além disso, foi maravilhoso ter conhecido lá minha noiva, Mirka Vavrinec.” Ex-membro da equipe feminina suíça, Vavrinec é hoje sua empresária.

Federer, que ganhou doze torneios do Grand Slam, deseja ser o porta-bandeira de seu país, na cerimônia de abertura dos Jogos de Pequim, dia 8 de agosto.

Durante o torneio de Hamburgo, em maio passado, pouco antes de perder para Nadal, Federer disse: “Vou ficar muito orgulhoso se puder levar a bandeira da Suíça, como fiz em Atenas.”

“Participar das Olimpíadas é um dos melhores momentos da vida de um atleta”.

Dúvidas

“Em março, Federer não garantiu que participaria dos Jogos de Pequim. Ele estava um tanto desiludido, após os resultados de Atenas, ressaltando o reaparecimento de alguns pontos fracos, que poderiam voltar a ocorrer durante as Olimpíadas da capital chinesa.

Na sua opinião, em 2004, surgiram várias dificuldades que gostaria de evitar.

“Em Atenas, foi muito complicado ter que tomar o ônibus sem ser dono de meu programa de atividades e ser reconhecido por muita gente na vila olímpica”, realça.

“Não foi tão agradável como em Sydney, onde me senti muito à vontade. Por isso não decidi ainda (se iria a Pequim)”, acrescentou, pensando talvez nos prováveis inconvenientes do transporte.
Quanto ao tão criticado desrespeito aos direitos humanos pela China, tanto Federer como Nadal dizem estar a par da repressão no Tibete, mas acham melhor deixar os problemas políticos para os políticos.

Consultado sobre a inconveniência de ser freqüentemente reconhecido, Federer observa: “Toda vez que vou comer fora, há sempre alguém que me cumprimenta, batendo nas minhas costas. Isso não me incomoda, mas gostaria que pelo menos um dia por semana fosse diferente.”

Uma das razões para ele ter seu centro de treinamento em Dubai é, justamente, isso, evitar o constante assédio, admite o tenista de Basiléia.

Sofisticado sistema de ventilação

Como Roger Federer decidiu ir a Pequim, o fato de estar acostumado ao intenso calor do Oriente Médio poderia ser uma considerável vantagem.

O Serviço de Meteorologia chinês prevê que o período da competição de tênis, entre 10 e 17 de agosto, possa ser o mais quente em Pequim, com temperaturas máximas de até 30 graus e mínimas em torno dos 20 graus.

Os raios do sol incidem diretamente sobre o parcialmente coberto Olympic Green Tennis Center (Centro Olímpico de Tênis), elevando a superfície da quadra a temperaturas superiores a 40 graus. Essas altas temperaturas podem provocar suspensão das partidas, como já aconteceu no Aberto da Austrália.

Para resolver o problema, foram instalados sistemas de ventilação nos 12 pavilhões que parecem 12 pétalas, em volta do centro de tênis, em forma de uma flor. Sua função é ventilar as quadras. O sistema de circulação deixa passar o ar através de dutos de ventilação, situados em volta das quadras, amenizando a temperatura ambiente.

Disputa de medalhas

Há poucos anos, as Olimpíadas não eram prioridade para todos os tenistas. O atual campeão olímpico, o chileno Nicolás Massú, é apenas o número 131 no “ranking” mundial. Por isso, ele não receberá credencial de livre trânsito (‘wildcard’), com portas abertas para o torneio.


Diferentemente dos Jogos anteriores, os deste ano terão oito dos dez melhores jogadores do mundo, que desejam voltar a seus países com uma medalha no peito. Somente Andy Roddick e Richard Gasquet não estarão em Pequim, porque preferiram se dedicar aos preparativos do Aberto dos Estados Unidos, que começa dia 25 de agosto.

Seja como for, a superfície rápida do Olympic Green Tennis Center adapta-se melhor às características de jogo de Federer. Isso pode dar-lhe confiança para seguir o exemplo de seu compatriota, Marc Rosset, que conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992.

Infelizmente, as derrotas sofridas este ano, nas decisões dos torneios de Paris e Wimbledon, impedem Federer de aspirar ao “Golden Slam”, concedido ao tenista que vence os quatro grandes torneios do mundo e uma medalha de ouro olímpica. Portanto, será uma aspiração que fica relegada aos Jogos Olímpicos de 2012 em Londres.

A alemã Steffi Graf continua sendo a única tenista a ter conseguido essa façanha.

swissinfo, Thomas Stephens (Tradução de J.Gabriel Barbosa)

Roger Federer nasceu aos 8 de agosto de 1981, em Binningen, no cantão de Basiléia-Campo, e cresceu na vizinha localidade de Münchenstein. É filho de Robbie, um suíço-alemão, e de Lynette, uma sul-africana. Sua irmã Diana, 20 meses mais velha que ele, é enfermeira.

Desde 2000, Federer mantém namoro com Miroslava – “Mirka” – Vavrinec, que conheceu nos Jogos Olímpicos de Sydney. Mirka é também sua atual empresária.

O tenista basileense venceu 12 grandes torneios (Grand Slams), dois a menos que Pete Sampras, que detém um recorde de 14 títulos. Federer já acumulou uma fortuna avaliada em 40 milhões de dólares.

O torneio de tênis nos 29° Jogos Olímpicos de verão realiza-se entre os dias 10 e 17 de agosto, nas quadras do Olympic Green Tennis Center, em Pequim.
Da modalidade, participam 172 jogadores, de um total de 10.500 atletas. O máximo de tenistas permitido por país são 6 homens e 6 mulheres (quatro homens e quatro mulheres para simples e dois pares para duplas).

Roger Federer é um dos cinco tenistas suíços. Um outro é Stanislas Wawrinka, que disputa simples, e duplas com Federer. Do lado feminino, figuram Patty Schnyder e Timea Bacsinsky, na categoria simples. Emmanuelle Gagliardi fará dupla com Patty Schnyder.

As partidas da categoria simples são eliminatórias entre 64 jogadores. Os dois perdedores das semifinais disputam a medalha de bronze. Salvo a final, em que vence quem ganha três sets, em todos os demais jogos sai vitorioso quem ganha dois sets.

O tênis – reintroduzido nas Olimpíadas de Seúl em 1988, depois de estar excluído desde os Jogos de Paris, em 1924 –, foi esporte de exibição nas Olimpíadas de 1984, em Los Angeles.

Não há duplas mistas no atual programa dos Jogos Olímpicos, embora a categoria tenha figurado nos Jogos de 1900, 1906 (edição comemorativa não reconhecida pelo COI), 1912, 1920 e 1924.

O tênis – reintroduzido nas Olimpíadas de Seul em 1988, depois de ficar fora desde os Jogos de Paris, em 1924 –, foi esporte de exibição nas Olimpíadas de 1984, em Los Angeles.

Não há duplas mistas no atual programa dos Jogos Olímpicos, embora a categoria tenha figurado nos Jogos de 1900, 1906, 1912, 1920 e 1924.

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