Desastre complica futuro da Crossair
O desastre do jumbolino da Crossair dia 24, em Zurique, dificulta lançamento de nova empresa de aviação suíça, na vaga da Swissair.
Com a falência da Swissair (atualmente com pedido de concordata), é sua filial, a Crossair – a maior empresa aérea regional européia – que deve renascer, mais enxuta, das cinzas uma empresa nacional suíça.
Parto complicado
Esse desastre da noite do sábado, dia 24, que deixou 24 mortos e nove feridos, veio dificultar a já difícil tarefa de criar de uma nova empresa aérea nacional competitiva que represente os interesses suíços no mundo.
Crossair deve assumir dois terços das operações de Swissair, em abril. O governo investiu 2 bilhões de francos (US$ 1.2 bi), a fundo perdido, para manter os vôs da Swissair de outubro até àquela data.
É tentativa e amenizar o fiasco da falência da empresa (início de outubro). Falência que deixou muitos passageiros na mão e implicou prejuízos consideráveis principalmente para pequenos investidores, além de arranhar a imagem de eficiência, marca registrada suíça.
Gerenciar a crise
Se a criação da nova Swissair deverá ser mais complicado que previsto, na opinião de especialistas muito vai depender da gestão da crise atual, mesmo sendo muito cedo para tirar conseqüências…
Uma maior falta de confiança na Crossair, com redução no número de passageiros, pode naturalmente trazer maior dificuldade para a empresa, até porque o marasmo é generalizado no setor das viagens aéreas.
O interesse da Suíça é, no entanto, muito grande em promover uma nova empresa aérea de dimensões intercontinentais. Trata-se de manter uma vitrine (volante) do país, salvar milhares de empregos e garantir viabilidade do aeroporto internacional de Zurique, em expansão.
E a esse respeito, o jornal Le Temps, de Genebra, lembra “célebre” estudo americano que “demonstra uma correlação entre a saúde de uma companhia aérea e a freqûência dos acidentes que a atingem”.
Ora o desastre de sábado 24 foi o segundo da Crossair em menos de 2 anos.
Lembrete
Vale lembrar que a falência da Swissair resultou de estratégia errada de expansão da empresa na Europa, no intuito, inicialmente, de compensar o fato de a Suíça estar fora da União Européia. Isso levou a uma dívida de 17 bilhões de francos (US$ 10.19), deixando a em empresa em situação mais que delicada. Os atentados de 11 de setembro em Nova York foram o golpe de misericórdia.
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