Sindicatos e ONGs contra serviços públicos na OMC
As renegociações atuais do Acordo Geral sobre Comércio e Serviços, de 1994, constituem uma "séria ameaça" aos serviços públicos fundamentais. Vários sindicatos e ONGs lançam campanha na Suíça e incitam a população a enviar cartões postais ao governo.
A campanha contra a “liquidação mundial” dos serviços públicos fundamentais foi lançada pela Declaração de Berna, que congrega várias organizações humanitárias, pelos sindicatos e pela Attac-Suíça, organização que luta contra os efeitos nefastos da globalização.
Pelo menos 100 mil cartões postais serão enviados ao ministro da Economia, Pascal Couchepin, pedindo que o governo defenda a exclusão dos serviços públicos fundamentais do Acordo sobre comércio e serviços (ACCS), em vigor desde 1994, e renegociados atualmente na OMC, em Genebra.
As negociações do futuro acordo devem estar concluídas dentro de 3 anos e visam maior liberalização. “Nesse acordo, a educação e a saúde são tratadas como uma mercadoria qualquer, segundo as regras da oferta e da procura no comércio internacional”, afirma Eric Decarro, do Sindicato suíço dos Serviços Públicos (SSP).
“Esse acordo, ainda confuso e vago, foi pensado para atender aos interesses da indústria de serviços”, denuncia Marianne Hochuli, da Declaração de Berna.
Segundo os organizadores da campanha, os Estados membros da OMC pretendem evitar o debate público da questão dos serviços. “As decisões terão um tal impacto nas condições de vida e de trabalho que o debate público é imperativo”, afirma Rita Schiavi, do Sindicato da Indústria e Construção (SIB).
A campanha é parte do movimento internacional contra mundialização do capital e “mercantilização” de todos os aspectos da vida humana, afirmou Alessandro Pelizzari, da organização Attac-suíça.
Trata-se também, segundo ele, de ser solidário como a população dos países do hemisfério sul, onde os serviços foram ou estão sendo privatizados.
swissinfo com agências
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