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Sobe procura de franco e ouro

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Com as incertezas do momento, os investidores buscam refúgio no franco suíço, símbolo de segurança. Aumenta também procura de ouro. Tendência que preocupa a indústria de exportação.

Conflitos comerciais entre Estados Unidos e União Européia, tenso clima econômico, crise financeira na Argentina, ascensão da extrema direita na Europa, rivalidade acirrada entre a Índia e Paquistão, novas ameaças de atentados, conflito no Oriente Médio… O planeta vive na incerteza.

Inquieto, o mundo das finanças busca investimentos seguros. A cotação do ouro é a mais alta desde 1999, com a onça valendo 500 francos. Mas é principalmente a moeda suíça que se tornou um valor-refúgio.

Impotência do Banco Central

Em julho de 2001, o dólar ainda valia 1 franco e 80 centavos, hoje chega a apenas 1,57. O euro é trocado por 1,45 mas a cotação era de 1,52 há dez meses.

O Banco Nacional Suíço (nome do banco central no País) fez o possível para impedir a valorização da moeda nacional. Ainda na quarta-feira, 22/5, reduziu a “taxa repo” (dedução das pensões para gestão dos saldos) fixando-a a 1,03%.

E com o fortalecimento do franco, o BNS já interviera repetidas vezes nos últimos meses amenizando a política monetária e abaixando o Libor – taxa de juros de referência – que atualmente flutua entre 0,75 e 1,75%.

Mas essas medidas, no entanto, fracassaram. O máximo que conseguiu foi estabilizar a moeda suíça por algum tempo, e o franco voltou a subir. Mesmo dispondo de margem de manobra, parece que o banco central não poderá enfrentar sozinho a forte demanda de moeda suíça.

Seria necessário que a situação mundial se estabilizasse e que os investidores tomassem consciência de que as taxa de juros praticadas na Suíça são demasiado baixas para serem atraentes.

Ameaça para a exportação

Por enquanto, a força do franco põe em risco a economia suíça, asfixiando a indústria de exportação. As multinacionais, o setor das máquinas, a química, a relojoaria e o turismo são segmentos muito expostos.

Se as taxas de câmbio persistirem, há o perigo de queda das exportações suíças. Já atingidas pela desaceleração econômica, as empresas terão dificuldade em vender no exterior seus produtos, nitidamente mais caros atualmente.

A indústria de máquinas, que emprega quase 330.000 pessoas, estima que a menos de 1.5 franco, o euro é muito fraco. Sinal dos tempos, os pedidos feitos ao setor diminuíram 22% no primeiro trimestre.

Mas praticamente todos os setores de exportação estão penalizados: cerca de dois terços das exportações suíças vão para a zona euro.

swissinfo / Luigino Canal

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