
Suíça festeja vinha de 2 mil anos

O vilarejo de Vétroz, no estado do Valais, está em festa no final de semana. O vinho é a principal atividade econômica da região que é a única no mundo a cultivar a uva "Vitis Aminea", plantada pelos romanos no início da era cristã.
50 anos antes de Cristo, em “As Geórgicas”, o poeta latino Virgilio mencionava a “Vitis aminea” como uma cepa que os romanos cultivavam perto de Nápoles para fabricar uns de seus vinhos mais refinados.
Durante a ocupação romana, no início da era cristã, a mesma uva foi plantada na Suíça e o estado do Valais (região sudoeste) mantém até hoje 20 hectares de “Amigne”, 13 no vilarejo de Vétroz. Não se tem notícia da existência dessa uva atualmente em qualquer outro lugar do mundo.
A “Amigne” é uma uva branca, vigorosa, com cachos grandes, bagos pequenos e bem separados, que favorecem um bom aroma. Segundo degustadores, o vinho produzido com ela são encorpados com perfume de mel e casca de tangerina. Deve ser servido bem fresco para acompanhar peixes, queijos e “foie gras”.
Ao todo, no Valais, são produzidos 120 mil litros de “Amigne”, por ano, por apenas 15 viticultures. A quantidade é insuficiente para responder à crescente demanda interna e internacional, segundo Jean-René Germanier, um dos 15 produtores de “Amigne”. Cada garrafa custa, atualmente, entre 15 e 25 francos suíços.
A cepa resistiu às pragas que periodicamente atacam as vinhas européias devido o tipo de solo de Vétroz e os enxertos feitos na região. Outro fator importante é a presença no Valais da abadia de São Maurício, fundada no século III.
“O vinho está ligado ao Cristianismo e a abadia, que teve poderes sobre Védroz, provavelmente contruibuiu para a conservação da “Amigne”, afirma Germanier.
Jaime Ortega/Claudinê Gonçalves

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