Suíça perde negócio dos diamantes
Durante quase 20 anos, Lucerna foi um centro importante para o comércio de diamante bruto. A empresa sul-africana De-Beers decidiu fechar seu centro de classificação e vendas na Suíça.
De um dia para o outro, a Suíça perdeu cerca de 96% do valor gerado pelo comércio de pedras preciosas, depois que a empresa sul-africana De-Beers resolveu fechar suas instalações em Lucerna, região central da Suíça.
De-Beers e o “apartheid”
No auge dos negócios, o faturamento chegava a 3 bilhões de francos suíços por ano e Lucerna era um três maiores centros na Europa, juntamente com Londres e Antuérpia, na Bélgica.
A De-Beers, que controla mais de 60% do mercado mundial de diamante bruto, instalou-se na Suíça nos anos 80 quando começavam as sanções econômicas contra o regime de “apartheid” na África do Sul. O objetivo era abastecer o mercado israelense, onde são processadas dois terços das gemas destinadas à joalheria.
Diamantes de sangue
A situação começou a mudar dois anos atrás quando a ONU e várias ONGS lançaram campanha contra o comércio dos chamados “diamantes de sangue”. Ficou demonstrado que em vários países em conflito (Angola, Serra Leoa, Zâmbia, Ruanda, Congo, Libéria e outros) financiavam exércitos e guerrilhas com o comércio de gemas.
Foi elaborado um sistema de certificação mundial para ter um melhor controle da produção e do comércio, sistema que a Suíça apoiou. As negociações sobre as regras de certificação deverão ser concluídas em novembro, em reunião internacional na Suíça.
Índia, Israel e Bélgica
Com isso, a Suíça não oferecia mais as vantagens comparativas e a De-Beers resolveu cessar suas atividades no País.
Atualmente, 26 países produzem diamantes e outros 30 os processam. A primeira polissagem geralmente é feita na Índia. Quase dois terços da lapidação ocorre em Israel e o maior centro de comercialização é Antuérpia, na Bégica, onde cerca de 30 mil pessoas trabalham no negócio das pedras preciosas.
swissinfo/Erwin Dettling
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