Vaca louca ameaça florestas brasileiras, afirma o WWF
A proibição das farinhas animais na alimentação do gado, devido o mal da vaca louca, vai aumentar as importações de soja, com maior devastação de florestas. O raciocínio é do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), uma das principais organizações ecologistas.
O Brasil poderia beneficiar-se com o mal da vaca louca, aumentando as exportações de soja para a Europa. Com a crise da vaca louca, os governos europeus, inclusive na Suíça, proibiram o uso de farinhas animais na alimentação do gado. Essas farinhas são consideradas transmissoras do agente responsável da Encefalite Espongiforme Bovina (ESB), conhecida como mal da vaca louca.
Segundo a seção suíça do WWF, o aumento da demanda de soja, para substituir as proteínas da farinha animal, terá conseqüências nefastas para a Natureza devido a ampliação das áreas de cultivo.
A organização ecologista afirma que a demanda européia já está tendo impacto negativo no centro-oeste do Brasil e que vai brevemente atingir a floresta amazônica. O WWF calcula que somente a demanda da Suíça equivale a 16 mil hectares de cultivo. A Suíça não poderá produzir tanta soja e deverá importar do Brasil.
A hipótese de que as exportações brasileiras vão aumentar é baseada no fato da proibição atual da soja transgênica no Brasil. Não é o caso dos Estados Unidos nem da Argentina. A importação de transgênicos está proibida na Suíça.
Desde os anos 70, os suíços consomem cerca de 50 kg de carne por ano, por pessoa. Com a crise da vaca louca, o consumo caiu 30%. O WWF recomenda aos consumidores suíços comer menos carne e privilegiar os produtos biológicos.
swissinfo com agências
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