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Suíça cria comitê para reparações por escravidão

pilha de algodão
O fato de não ter saída para o mar não impediu a Suíça de fazer parte do chamado triângulo do tráfico de escravos, ligando a África Ocidental, as Américas e a Europa. Ernst Würgler

Um historiador suíço apoiado por dezenas de figuras públicas lançou um comitê que defende a reparação por atividades ligadas à escravatura no contexto da Suíça. 


Os partidáriosLink externo do Comitê Suíço de Reparação da Escravatura (SCORES) acreditam que as reparações devam ser negociadas através do diálogo entre aqueles que se beneficiaram do comércio transatlântico de escravos e os descendentes das vítimas. 

“O secular crime humano de escravidão no âmbito da exploração das colônias americanas pela Europa exige reconhecimento e reparação não material e material”, argumenta o grupo. “Isso também se aplica à Suíça, que, como área social, econômica, ideológica e cultural, participou e lucrou com esse sistema entre os séculos XVI e XIX.”

O historiador Hans Fässler, porta-voz da SCORES, anunciou a criação desta comissão durante uma apresentação na segunda-feira, no escritório das Nações Unidas em Genebra. 

Opinião oficial 

Empresas comerciais suíças, bancos, cidades-estado, empresas familiares, contratantes, mercenários, soldados e particulares, todos lucraram com o comércio de escravos. Links suíços específicos para o comércio de escravos, alguns dos quais anteriores à nacionalidade, estão documentados no site louverture.chLink externo

Por exemplo, entre 1719 e 1734, a cidade de Berna, bem como duas casas bancárias – “Malacrida” e “Samuel Muller” – detinham ações da South Sea Company, que mantinha depósitos de escravos em Barbados e enviou cerca de 20.000 escravos da África para o Novo Mundo.  

A escravatura também desempenhou um papel no estabelecimento da indústria têxtil da Suíça.

O governo suíço, note-se, sempre defendeu que a Suíça como um Estado-nação nunca esteve envolvida na escravidão nem foi uma potência colonial. 

swissinfo.ch/ets

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