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Ludovic Magnin não vê motivo para derrota

Magnin em ação pelo VfB Stuttgart contra o Karlsruher SC, no campeonato alemão. Keystone

Ludovic Magnin não é nenhum mágico que sabe enganar seu adversário com o truque da bola no lenço. No entanto, o valor da transferência do craque suíço foi estipulado em cerca de 3,5 milhões de euros. Sua perseverança de ferro e sua energia incessante fortalecem Ludovic Magnin.

Quando seu time está em desvantagem, Ludovic Magnin ainda sabe como virar o jogo. Durante as partidas Ludovic Magnin joga de corpo e alma, o que é notado não só pelos adversários, mas também pelo árbitro. Entrevista.

Swissinfo: Com os seus acessos de fúria nos gramados de futebol você é criticado até mesmo por aqueles que são imparciais. Você não consegue controlar melhor o seu temperamento explosivo?

Ludovic Magnin: É verdade, eu recebi mais cartões amarelos por causa de ofensas do que por causa de faltas cometidas. No campo, sou extrovertido e abro a boca. Se eu não pudesse fazer isso, não teria o mesmo desempenho.

Swissinfo: Na maior parte das vezes, o árbitro fica só na advertência verbal. Raramente você é tirado de campo. Você percebe o limite de tolerância do árbitro?

L.M.: Quando eu discuto com o árbitro e demonstro a minha raiva, eu escolho palavras que podem ser ditas. Na Alemanha, eu ainda não ganhei nenhum cartão vermelho. Na Suíça, fui expulso de campo duas vezes após cometer falta grave próxima à área de pênalti.

Swissinfo: Também durante os treinos você mostra ser um jogador animado, que dá muitas risadas e faz piadas. Você parece divertir-se na sua profissão.

L.M.: Depois de ficar fora de campo devido a contusões, eu tinha que fazer exercícios em série horas a fio e só podia ficar sentado na bicicleta ergométrica em vez de estar jogando futebol. Dessa forma, eu não me divertia. Hoje de manhã, no teste de condicionamento, ninguém riu. Eu me realizo mesmo é quando estou em campo e ganho a partida. Sem diversão a gente não consegue nada no futebol.

Swissinfo: Quando a sua equipe está em desvantagem, você não deixa a peteca cair. Pelo contrário, aí é que você joga com a corda toda. De onde você tira tanta motivação?

L.M.: Quando se tem a chance de jogar futebol a esse nível, diante de tantos torcedores, representando o seu país, isso é razão suficiente para me dar motivação. Sinto orgulho em ouvir as pessoas dizerem que eu consigo mobilizar toda uma equipe. Isso acontece graças ao meu talento e também a minha determinação. Muita coisa no futebol funciona na cabeça. Quando não se tem a cabeça no lugar, aí não rola futebol no pé.

Swissinfo: Apesar de tanto sucesso, você continua com os pés no chão. Como se explica isso? Sendo um jogador profissional, você também recebe assessoria psicológica?

L.M.: Eu não sou a favor da psicologia aplicada ao esporte ou coisas do gênero. Não tive sucesso desde o início da minha carreira, mas tive que lutar para isso, passo a passo. O segredo do sucesso no futebol é, após uma vitória, conseguir se motivar para conquistar um novo objetivo.

Swissinfo: A tarefa principal dos técnicos é motivar jogadores mimados pelo sucesso a buscarem novos objetivos. Essa também é uma qualidade do técnico da seleção da Suíça?

L.M.: Com base nas suas vitórias, Köbi Kuhn é o melhor técnico de seleção de todos os tempos. Ele tem muitas qualidades. Quando eu comecei a jogar pela seleção da Suíça em 2000, o clima entre a equipe era completamente diferente do de hoje. Kuhn conseguiu criar um ambiente maravilhoso. Porém, na fase mais difícil, quando perdemos em alguns amistosos, ele manteve a calma e conseguiu passar-nos confiança – isso é que é uma verdadeira arte.

Swissinfo: O que o técnico Köbi Kuhn não domina tão bem?

L.M.: Há alguns anos, eu teria respondido: falar francês. Mas agora ele também já aprendeu esse idioma.

Swissinfo: Não aconteceu só com Köbi Kuhn, você também já realizou alguns sonhos ao longo da sua carreira. O seu sonho agora é conquistar o título europeu. Você sonha com isso ou realmente acredita nisso?

L.M.: Naturalmente, acredito nisso. Nos últimos tempos não perdemos em situações decisivas para nenhuma grande nação do futebol. Temos jogadores espetaculares e não vejo motivo para derrotas. Se a torcida estiver ao nosso lado, a gente entra na disputa com 12 ou 13 jogadores e aí será difícil derrotar-nos.

Entrevista swissinfo: Peter Siegenthaler, Stuttgart
Tradução: Carla M.B. Köser

Nasceu em 1979, tem 1,85 m de altura e pesa 76 kg.

Cresceu em Echallens, no Cantão de Vaud, numa “família fanática por futebol”. Seu pai jogava numa associação da primeira divisão e sua mãe no time feminino do vilarejo.

Ludovic Magnin formou-se professor.

Magnin é casado com Chantale, com quem tem dois filhos: Nicos (nascido em 2002) e Thierry (nascido em 2006).

A família Magnin mora há mais de dois anos nos arredores de Stuttgart.

1998 a 2000: FC Yverdon Sport
2000 a 2001: FC Lugano
2002 a 2006: Werder Bremen (em 2004 campeão alemão de futebol)

Desde 2006: VfB Stuttgart (em 2007 campeão alemão de futebol)
valor da transferência: 3,5 milhões de euros

Desde 2000: jogador titular da seleção da Suíça. Na Eurocopa de 2006 Magnin marcou um gol e empatou o jogo com a França, em 1 a 1.

Apelido: “Magnator

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