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Médico suíço ajuda Turquia, Alemanha usa medicina oriental

Heinz Bühmann com a camisa de um jogador da seleção turca. RDB

O médico esportista Heinz Bühlmann trata craques da Turquia, cuja equipe está dizimada por contusões e suspensões antes do jogo contra a Alemanha pelas semifinais da Euro.

Já o departamento médico da seleção alemã confia nos resultados da homeopatia e da acupuntura usadas nos clubes da Bundesliga e contratou um professor de yoga para a Eurocopa.

Quando a seleção da Turquia entrar em campo contra a Alemanha, nesta quarta-feira (25/06), na Basiléia, para a primeira semifinal da Eurocopa, ela conta com um 12° homem nos bastidores: o médico suíço Heinz Bühlmann, de 65 anos.

Bühlmann, um cirurgião especialista no tratamento de contusões sofridas na prática esportiva, foi médico de confiança da tenista suíça Martina Hingis.

Em sua clínica em Zurique, ele trata jogadores da equipe turca. Ele já o fez antes da partida entre Turquia e Suíça (2 a 1), na primeira fase. Na ocasião, Bühlmann tinha o jogador Metin Tümer como paciente e recebeu um mistorioso telefonema.

No outro lado da linha, alguém lhe pediu que não prestasse assistência médica aos craques da seleção turca. Ele afirma que o telefonema partiu de um membro da Associação Suíça de Futebol (ASF).

O médico diz que ficou indignado. “Isso foi pura chantagem”. Bühlmann lembra o juramento prestado na sua formatura, segundo o qual, “eu assumi o compromisso de tratar todo paciente que precisar de minha ajuda”.

O porta-voz da ASF, Pierre Benoit, disse ao jornal suíço News, que não tinha conhecimento de que alguém da entidade tenha telefonado para Bühlmann antes do jogo Suíça x Turquia.

Tümer pôde jogar contra a Suíça e Bühlmann esteve na tribuna do estádio como convidado da Federação Turca de Futebol. Antes da partida contra a Alemanha, a Turquia voltou a recorrer aos serviços do médico suíço.

Na véspera da semifinal, a seleção turca está dizimada por quatro suspensões (Volkan, Emre, Tuncay e Asik) e cinco titulares contundidos: Nihat, Emre Güngor, Emre Belözogulu, Servet e Tümer.

Alemanha aposta na medicida oriental

Bem melhor nesse aspecto é a situação da seleção alemã. Fora o meia Frings, que se recupera de uma fratura na costela, o técnico Joachim Löw pode contar com todos os titulares para o jogo contra a Turquia.

Um dos segredos do bom condiciomento físico dos alemães foi revelado no começo da Euro por uma pesquisa feita pelo Instituto de Diagnóstico de Desempenho e Traumatologia Esportiva, de Koblenz.

Uma enquete feita junto a 26 departamentos médicos da primeira e segunda divisões do futebol alemão constatou que 24 médicos (92%) dos clubes, além de usar remédios convencionais, recorrem à homeopatia para acelerar a recuperação de jogadores contundidos.

O autor da pesquisa, o médico esportista Peter Billigmann, apontou em entrevista ao site alemão Spiegel Online vários motivos para esse resultado. “O tratamento tem sucesso, medicamentos hemeopáticos praticamente não têm efeitos colateriais e na questão do doping estamos no lado seguro”, disse.

Oliver Schmidtlein, fisioterapeuta da seleção alemã, admite que não entende certos métodos da medicina alternativa, mas que sugestionar a autocura pode “acelerar consideravelmente a reabilitação”.

Segundo a pesquisa de Billigmann, 60% dos médicos da Bundesliga também usam acumpuntura no tratamento dos jogadores. O lateral-esquerdo do Bayern de Munique e da seleção, Marcel Jansen, por exemplo, usa o Kinesio Tapin, um esparadrapo funcional japonês para proteger os músculos.

Para os preparativos à Eurocopa, a Federação Alemã de Futebol (DFB) também contratou o professor de yoga Patrick Broome, um psicólogo que já tratou estrelas como Sting e Madonna. Ele revelou à Spiegel Online são poucos os jogadores da seleção alemã que não freqüentam suas sessões de yoga.

swissinfo, Geraldo Hoffmann

Em função das lesões e suspensões, o técnico turco tem apenas 14 jogadores à sua disposição para o jogo contra a Alemanha. Mas há um consenso na concentração da Turquia: não importa quem joga, a equipe está preparada.

O técnico Fatih Terim acredita que “o mundo todo espera que sejamos campeões europeus. Não importa quão forte são os alemães, eles têm medo do nosso sistema de jogo.”

Oliver Bierhoff, gerente da seleção alemã, regiu assim: “Dissemos desde o início aos nossos jogadores, que isso é um show dos turcos. Eles só estão chorando um pouco. Em 1996, antes da final, também choramos um pouco porque tínhamos muitos contundidos. No final, ganhamos o torneio.”

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