O que diz a imprensa suíça?

RTS

Nesta semana, de 20 a 26 de janeiro de 2024, vasculhamos a imprensa suíça para dar uma visão geral das notícias mais importantes relacionadas ao Brasil, Portugal e África lusófona.

Colonos suíços no Brasil e seus escravos

Reportagem da TV pública de língua francesa RTS traz nova luz à história da colônia Helvetia, um complexo de fazendas pertencentes a colonos de origem suíça e alemã no sul da Bahia. 

O fato de colonos suíços possuírem escravos, um capítulo obscuro da história da Suíça que remonta ao século XIX, está sendo cada vez mais documentado por historiadores, mas continua sendo um tabu.

As autoridades suíças sempre negaram qualquer envolvimento com os horrores da escravidão. Alguns banqueiros e comerciantes participaram de fato dessa exploração forçada, mas supostamente sem conhecimento da Confederação.

O historiador Hans Faessler está desafiando essa visão das coisas com evidências documentais. Nos Arquivos Federais de Berna, ele descobriu um documento excepcional: um relatório que o Conselho Federal elaborou em 1864 para o Parlamento, referente a cidadãos suíços residentes no Brasil que possuíam escravos.

A SWI swissinfo acompanha essa história há vários anos, não só in loco como também por ocasião de uma exposição em Zurique intitulada “Café de Helvécia” no Museu Johann Jacobs. 

Fonte: RTS Link externo(em francês)

Bacilo de sífilis com mais de 2000 anos encontrado no Brasil 

Cientistas das Universidades da Basiléia e de Zurique encontraram uma bactéria intimamente relacionada à sífilis em túmulos que datam de cerca de 2.000 anos no Brasil. Essa evidência amplia em mil anos nosso conhecimento sobre a história desse grupo de patógenos.

A provável primeira grande epidemia de sífilis na Europa, no final do século XV, é frequentemente associada à viagem de Cristóvão Colombo à América. No entanto, até agora, não havia evidências claras de tais doenças na Europa e na América pré-colombianas, que geralmente são consideradas a origem desses patógenos.

Na quarta-feira, na revista Nature, a equipe de Verena Schünemann, da Universidade de Basileia, anunciou a descoberta do genoma mais antigo de um patógeno pertencente a esse grupo de bactérias. Os cientistas analisaram os restos mortais de quatro pessoas enterradas no que hoje é o sul do Brasil. Eles identificaram o material genético de desencadeadores de treponematoses, um grupo de doenças infecciosas que inclui a sífilis.

Fonte: Tribune de GenèveLink externo em 24.01.24 (em francês) 

Brasil recebe novos investimentos em tecnologia

A imprensa de negócios destacou três histórias separadas, todas ligadas a novos empreendimentos tecnológicos no Brasil.

Em primeiro lugar, a Nau.ch amplifica a notícia, amplamente divulgada no Brasil, de que marca chinesa de carros BYD constrói sua primeira fábrica fora da Ásia na Bahia, tomando o espaço deixado vago pela Ford, e promete criar 10 mil empregos.

A segunda notícia é sobre energia solar. A GameChange Solar (GCS), fornecedora líder global de soluções avançadas e econômicas de rastreadores solares para sistemas fotovoltaicos (PV) montados no solo, anunciou a abertura de uma nova fábrica e um centro de treinamento, serviço e suporte técnico exclusivo para seus sistemas de rastreadores solares Genius Tracker em Feira de Santana, também na Bahia.

Por fim, o desafio de se produzir o primeiro carro elétrico brasileiroLink externo. 

O empresário Flávio Figueiredo Assis promete fazer história com o primeiro carro elétrico brasileiro.

Assis é fundador da Lecard, administradora de cartões de alimentação que faturava US$ 1 bilhão por ano e abastecia instituições públicas e empresas privadas. Em 2022, ele vendeu a empresa com o objetivo de criar a primeira fabricante de veículos elétricos do Brasil, a LECAR. 

Atualmente, a equipe é composta por 30 engenheiros, muitos dos quais com vasta experiência em empresas como Ford, Toyota e Nissan. A fábrica está sendo construída no sul do país, com 65% das peças provenientes do país e 35% do exterior.

O LECAR 459, o primeiro veículo da empresa, será equipado com baterias da Winston Battery, que também fornece para a Volkswagen e a Hyundai. O preço de varejo será de US$ 55.000, com uma autonomia de 400 quilômetros por carga. A empresa também planeja lançar o LECAR POP, um modelo de baixo custo para a cidade, com preço estimado em US$ 20.000, autonomia de 250 km por carga e espaço para cinco pessoas.

Fontes: Nau.chLink externo em 25.01.24 (em alemão); PRNewswireLink externo em 23.01.24 (em alemão).

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Publicaremos nossa próxima revista da imprensa suíça em 2 de fevereiro. Enquanto isso, tenha um bom fim de semana e boa leitura!

Até a próxima semana!