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Ex-adido militar na Suíça é condenado em Israel

Produção de armamentos na empresa Ruag, em Thun (ao sul de Berna). Keystone

O ex-adido militar de Israel na Suíça, Shmuel Avivi, foi condenado nesta quarta feira (18), pela Corte de Justiça de Tel Aviv, a prestar trabalhos comunitários e pagar uma multa por crime de abuso de confiança.

Durante os anos 2002-2005 o coronel Avivi serviu como chefe da missão do ministério da Defesa de Israel na Suíça e durante esse período criou contato com um dos maiores comerciantes de armas do país, Heinrich Thomet.

O contato inicial de Avivi com Thomet tinha o objetivo de promover a venda de produtos da indústria militar israelense na Suíça, porém rapidamente o quadro se inverteu e o coronel israelense passou a representar o comerciante suíço junto a empresas israelenses, utilizando a infraestrutura da missão e os contatos decorrentes da função que preenchia.

Suborno 

De acordo com a acusação inicial “Avivi passou a receber suborno em troca de atividades relacionadas ao cumprimento de sua função como adido militar”.

Enquanto servia como adido militar Avivi prestou vários serviços a Thomet e passou a ganhar um salário mensal, que foi pago à sua esposa, por intermédio de uma das empresas pertencentes ao empresário suíço.

De acordo com a sentença, o valor da multa que Avivi deverá pagar será de 70 mil shekels (cerca de 18 mil dolares) – o equivalente a menos de um salário mensal que sua esposa recebia de Thomet, que era de 100 mil shekels (cerca de 26 mil dolares).

Avivi também foi condenado a prestar serviços comunitários durante tres meses, na escola agricola Kfar Hayarok, próxima a Tel Aviv.

A sentença é resultado de um acordo judicial entre a defesa e a promotoria, segundo o qual a promotoria retirou a acusação original de suborno e o réu admitiu o crime de abuso de confiança. Nesta quarta-feira a Corte de Tel Aviv anunciou a aprovação do acordo judicial entre as partes.

Acordo Judicial 

Em entrevista à swissinfo.ch, a advogada de Avivi, Talia Gridish, afirmou que “o acordo judicial levou a uma alteração significativa da acusação, na qual os ítens mais graves foram retirados e restou apenas a acusação menor de abuso de confiança”.

A advogada também disse que “o caso pode ser sujeito a diferentes interpretações e examinado segundo diversos códigos de conduta”. De acordo com a acusação, Avivi ajudou Heinrich Thomet a promover a comercialização de armas em Israel sem a autorização de seus chefes. Em troca de sua ajuda, Avivi e sua espôsa receberam vários beneficios.

A empresa Talon, pertecente a Thomet, deu à esposa, Osnat, um carro do tipo Toyota Land Cruiser cujo valor é de cerca de 90 mil dólares. A partir de agosto de 2005 Osnat Avivi passou a ser registrada de maneira ficticia como funcionária da Talon.

Dois meses após deixar o cargo na Suíça, Avivi foi nomeado diretor geral da Talon, que esteve envolvida em negócios relacionados ao fornecimento de armas para o Exército americano no Iraque e venda de munição para as Filipinas.

Ex-adido militar israelense, Shmuel Avivi, foi acusado de receber suborno do comerciante de armas suíço, Heinrich Thomet, em troca da promoção de seus negócios em Israel.

Segundo advogada de Avivi, “o caso pode ser sujeito a diferentes interpretações e examinado segundo diversos códigos de conduta”.  

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