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Uma em cada cinco mulheres suíças foi vítima de violência sexual

Women protest in Lausanne in 2017 about harassment and sexual violence against women
Mulheres protestam em Lausanne, em 2017, contra o assédio e a violência sexual contra mulheres © Keystone/laurent Gillieron

A violência sexual acontece muito mais na Suíça do que se pensava, afetando pelo menos uma em cada cinco mulheres, segundo a Anistia Suíça.

Um estudo realizado pelo instituto gfs.bern para a AmnestyLink externo, revelou que 22% das mulheres com mais de 16 anos foram sujeitas a atos sexuais não consensuais e 12% tiveram sexo contra sua vontade.

“Os resultados da pesquisa são chocantes. Eles revelam que os casos registrados em estatísticas policiais são apenas a ponta do iceberg”, disse Manon Schick, diretora da Anistia Suíça.

Cerca de metade das pessoas afetadas não havia falado sobre sua experiência de violência sexual, segundo a pesquisa realizada com 4.500 mulheres suíças, e apenas 8% haviam apresentado uma queixa à polícia.

Quase 60% das mulheres entrevistadas disseram ter sido assediadas sexualmente: contato indesejado, abraços ou beijos.

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Sistema legal

Em 2018, 1.291 ofensas sexuais, que incluem coerção sexual e estupro, foram registradas pela polícia. As agressões sexuais são subnotificadas e ficam em grande parte impunes na Suíça.

Sob a lei suíça, o estupro só é reconhecido se houver coerção por parte do agressor e resistência da vítima. No entanto, a Convenção de Istambul, que entrou em vigor na Suíça no ano passado, exige claramente que a falta de consentimento sirva de base para qualquer definição legal de estupro e outras formas de violência sexual.

A Anistia enviou uma petição à ministra da Justiça, Karin Keller-Sutter, que reformasse a lei suíça para garantir que todos os atos sexuais não consensuais sejam puníveis. Isso exige treinamento obrigatório e contínuo para juízes, policiais e advogados no atendimento de vítimas de violência sexual.

“A Suíça tem uma lei criminal sexual desatualizada, que deve ser fundamentalmente reformada”, disse Nora Scheidegger, especialista em crimes sexuais.

A organização também exige a coleta sistemática de dados e estudos sobre como as ofensas sexuais são tratadas pelo sistema judiciário suíço.

No outono passado, parlamentares da Câmara dos Deputados aceitaram uma moção da socialista Laurence Fehlmann Rielle para ampliar o conceito de estupro no Código Penal para incluir coerção. O Senado ainda não tomou uma decisão sobre esta questão.


swissinfo.ch/fh

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