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St.Moritz, a estação alpina de prestígio

Os turistas podem caminhar mais de 450 quilômetros nas proximidades de St. Moritz (foto: www.stmoritz.ch) http://www.stmoritz.ch

A Suíça tem estações conhecidas e apreciadas, como Zermatt, Gstaad, Davos e Verbier, muito movimentadas no inverno.

St.Moritz sobressai pela fama de requinte e fineza. Fomos conferir.

Freqüentada por ricos e famosos, St.Moritz – leste suíço – é apresentada como símbolo de “estilo, tradição e qualidade” e sinônimo de “chique, elegância e classe”.

O marketing local utiliza um monte de superlativos para a pequena cidade. Com bastante razão.

Top of the world

Um dos lugares de vilegiatura mais conhecidos do mundo, St.Moritz situa-se na vertente sul dos Alpes, na região de Engadina, tendo Milão como centro importante mais próximo.

Sua logomarca é um sol ao lado do nome da cidadezinha com os dizeres “top of the world” – que tanto pode significar topo do mundo quanto uma posição de líder.

Mas é essa a posição de liderança que St.Moritz orgulha-se de manter. Situada a 1.800 m de altitude, todos seus trunfos estão estampados nos folhetos de publicidade. A começar por uma topografia alpina generosa.

Realça, por exemplo, seu clima invejável para os parâmetros suíços. É o lugar do país onde o sol mais brilha – média de 322 dias por ano, afirma-se – recorde absoluto numa Suíça de clima geralmente muito instável.

A região é a mais bem conceituada para esportes de inverno no país, seria a preferida dos italianos, e, segundo “release” da entidade de turismo local, o Daily Telegraph Travel Award, de Londres, declarou há alguns anos que St.Moritz, note bem, seria “a melhor localidade internacional de esporte de inverno de todo o mundo”.

Ponto de convergência de famosos

As ofertas de verão são realmente também muito amplas – vão da caminhada ao golfe, passando pelo tênis, a vela e a equitação… (Não deixe de consultar o site ao lado).

Acrescente-se que St.Moritz atraiu no passado nomes como F. Nietsche, R.Wagner, Thomas Mann, R.Strauss, H. v. Karajan, e no presente – em particular nas festas de fim de ano – artistas de cinema, como Hugh Grant, Liz Hurley, Sophia Loren, para não falar de príncipes, princesas e empresários famosos…

O renome estava feito. Basta então contar com o imaginário coletivo para exaltação das qualidades do lugar, que aliás tem apenas o estatuto de vilarejo.

Quem vai a St.Moritz pela primeira vez chega então com grandes expectativas. Com o perigo de até poder ficar, pelo menos inicialmente, um pouco desiludido.

À primeira vista, em si, a pequena cidade numa das encostas alpinas, ornada com um belo lago na parte inferior, não se destaca por beleza excepcional, tirando alguns prédios e algumas magníficas casas.

Constata-se que construções mais antigas desapareceram, com exceção, por exemplo, de um casa de meados do século XVII, a “Chesa Veglia” ( que significa “casa velha”, em reto-romano, uma das línguas nacionais da Suíça, falada na região).

Butiques de luxo

O que mais aparece de imediato, infelizmente, são as dezenas de guindastes, sinal mais manifesto de boom imobiliário, por vezes ligado também à especulação no setor. Uma torre de igreja espremida por prédios parece sinalizar que o fenômeno não seja de hoje.

Mas entrando em St.Moritz, sinais de luxo manifestam-se logo, mostrando que a fama não é usurpada. Numa das ruas principais, dois prédios alinham inúmeras butiques de artigos finos. E marcas luxuosas aparecem também em outros pontos da cidade.

Mais tarde ficamos sabendo através de Alexandra Blaha, simpática public relations da agência de turismo local, que existem tantas marcas famosas em St.Moritz (5 mil residentes) quanto na Rodeo Drive, da metrópole Los Angeles (cerca de 9 milhões de habitantes).

Restaurantes de cozinha fina têm o mesmo nível dos de Londres e Nova York e as facilidades de “shopping” (fazer compras) são comparáveis às de Roma e Milão, diz Alexandra.

De poder aquisitivo a clientela dispõe, pois sinais de riqueza já se manifestam no número de carros de marcas prestigiosas acima da média e pela freqüentação mais que razoável dos hotéis locais de luxo.

Natureza generosa

No ítem beleza, primazia fica porém com a natureza: o panorama circundante é quase imbatível, a começar pelo lago e a montanha oposta de formas harmoniosas e os picos nevados mais ao longe.

Assim à primeira vista, pode-se ter a impressão de que St.Moritz perdeu um pouco de sua alma. Mas a quem diz não sentir amor à primeira vista pela cidade, Alexandra Blaha prefere falar de “amor à segunda vista”, ou seja um amor que não resulta de um “coup de foudre” (paixão fulminante e repentina).

Alexandra rebate também a crítica de que a cidadezinha possa ter perdido sua alma. Prefere destacar o lado declaradamente moderno de St.Moritz que, realça, não tem nada a ver com lugares românticos como Zermatt (na Suíça) ou Kitzbühel (Áustria).

Estima ainda que não se pode julgar St.Moritz através de um passeio… Preferimos então falar de impressões, geralmente positivas que tivemos da cidade.

Resta que sem precisar fazer publicidade – “tudo se realiza boca-a-boca” – St.Moritz continua atraindo turistas de todas as partes. Os mais numerosos são, os alemães, os suíços, os italianos e os russos. Nesta ordem.

swissinfo, J.Gabriel Barbosa

St.Moritz, estação alpina no leste suíço, a 1800 m de altitude é considerada do mais alto padrão. Procura manter um renome de exclusividade que tem atraído personalidades conhecidas dos mais diferentes setores. O que alimenta quase um mito.

Já foi até considerada a melhor localidade para esportes de inverno. Confira na reportagem ao lado.

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