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Tribunal condena jovem que tentou matar para ir à prisão

O fuzil SIG 90 do exército suíço foi utilizado pelo jovem para cometer o crime. Keystone

Em dezembro de 2005, um jovem suíço atira com seu fuzil militar da janela de casa contra outra habitação e termina atingindo e ferindo gravemente duas mulheres.

Agora o Tribunal de Justiça do cantão de Zurique o condena a doze anos de prisão por tentativa de homicídio. Ao juiz ele justificou o atentado pela vontade de ir à prisão e ter uma vida mais fácil.

O crime ocorreu na noite de 13 de dezembro de 2005. No apartamento do 13o andar de um prédio em Rüti, pequena comuna próxima a St. Gallen (leste da Suíça), o jovem resolveu tirar seu fuzil SIG 90 do exército suíço do armário. Depois ele foi à janela e mirou para o prédio vizinho e atirou 41 vezes.

O fuzilamento espontâneo provocou duas vítimas: uma secretária de 45 anos recebeu vários tiros, sendo ferida várias vezes no coração e pulmão; uma jovem de 20 anos teve mais sorte e foi ferida apenas no braço esquerdo.

Ontem (19 de março) o franco-atirador foi julgado no Tribunal de Justiça do cantão de Zurique. Pouco antes o jovem havia dado uma razão pouco comum para o seu ato: com sua arma militar, ele pretendia propositalmente atingir alguém para ir à prisão e ter uma vida “mais barata”.

Devido o comportamento inescrupuloso, os promotores públicos pediram condenação por tentativa múltipla de homicídio. No interrogatório os investigadores policiais já haviam descoberto no jovem uma pessoa solitária e agressiva. Ele próprio descreveu no tribunal seus hobbies como “fumar maconha” e “jogar jogos eletrônicos de guerra”.

Condenação

Para a promotora pública, o acusado representava um “perigo para a sociedade”. Ele também não teria mostrado arrependimento. Por essas razões, ela pediu 15 anos de prisão, sem possibilidade de liberdade antecipada.

Os advogados de defesa pediram apenas cinco anos. No final, o juiz decidiu condenar o franco-atirador por tentativa de assassinato múltipla a 12 anos de prisão. As vítimas deverão receber 50 mil francos suíços, cada uma, pelos danos causados.

O problema das armas do exército

O julgamento do jovem suíço ocorre apenas poucos dias da decisão da maioria parlamentar na Câmara dos Deputados helvética de recusar a criação de um registro central de armas no país. O projeto de lei havia sido entregue por deputados do Partido Verde e Social-Democrata, mas sofreu forte oposição dos outros partidos e também dos lobbys que defendem a manutenção das armas militares nos lares e na liberdade de uso para armas privadas como a “Pro Tell”.

Segundo um estudo do professor Martin Killias, do Instituto de Criminologia e Direito Penal da Universidade de Lausanne, cerca 300 pessoas são mortas por ano devido aos ferimentos causados por armas militares.

Nas estatísticas avaliadas, dois terços das mortes por suicídio é causado por pistolas de oficiais. No caso dos ataques em família, elas provocam 36% das mortes e a metade por armas privadas.

swissinfo com agências

Cada soldado suíço tem o direito de manter seus armamentos em casa (fuzis ou pistolas) e um pacote lacrado de munição.

O exército suíço é composto por 220 mil soldados (serviço ativo e reserva). No final do serviço militar (que se estende até os trinta e cinco anos, com um curso básico e cursos anuais de repetição), três de dez soldados decidem manter o armamento em casa (dados de 2005). Praticamente todas as pistolas também não são devolvidas.

Em setembro de 2006, a revista feminina Annabelle entregou uma petição com 17.400 assinaturas no Parlamento federal, pedindo que o exército não permita mais a manutenção de armas nos lares.

Die im jüngsten Bulletin des Kriminologischen Instituts der Uni Lausanne publizierten Zahlen sind erst Teilergebnisse der Studie. Die vollständigen Resultate sollen im Sommer 2007 vorliegen.

Die Studie wurde vom prominenten Kriminologen Martin Killias geleitet. Er ist Forscher und Dozent in Zürich und Lausanne und fungiert oft als Experte für den Bundesrat und den Europarat.

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