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Os lugares mais baratos para morar na Suíça

Appenzell-Innerrhoden é o cantão em que sobra mais dinheiro no bolso. swiss-image

Um estudo do banco Credit Suisse faz um mapa do custo de vida na Suíça. O cantão (estado) mais barato para morar é Appenzell-Innerrhoden, predominantemente rural e de baixa densidade populacional.

As regiões mais urbanizadas, como Genebra e Basiléia, são as mais caras do país. Em alguns “paraísos fiscais”, o preço da moradia neutraliza a vantagem dos impostos mais baixos.

O suíço ou imigrante que sabe calcular escolhe o estado menos habitado da Confederação Helvética – Appenzell-Innerrhoden – para morar. É lá que sobra mais dinheiro para viver.

É o que aponta um estudo do Credit Suisse, segundo maior banco suíço, sobre a renda líquida disponível nas diferentes regiões do país. O chamado indicador RDI (Regional Disposable Income) é considerado o fator decisivo para a escolha do local de residência na Suíça.

Os economistas do banco compararam os custos de vida em 2.700 municípios (comunas) suíças, considerando as contribuições compulsórias, como impostos, seguros de saúde e previdência social, bem como gastos fixos, como preços e aluguéis de imóveis, contas de água, luz e telefone etc.

O resultado mostra que um solteiro com renda anual de 75 mil francos, com uma “fortuna” de 50 mil francos e que tem uma moradia de 60 metros quadrados na capital estadual, depois de pagar todas as contas, dispõe de 39.600 francos para consumir em Appenzell e de apenas 29.200 francos em Genebra.

Outro exemplo: para uma família com duas crianças e uma renda anual de 156 mil francos sobram 36.800 francos para viver em Bettingen (cantão de Basiléia) e 61.400 se viver em Rheinfelden, no cantão de Aargau.

As diferenças regionais dos preços dos imóveis, custos adicionais de moradia e eletricidade, em alguns casos, chegam a pesar mais no bolso dos moradores do que as contribuições compulsórias.

“Paraísos fiscais” em baixa

Como já era em 2006, o pequeno cantão de Appenzell-Innerrhoden, com apenas 15 mil habitantes, continua sendo o mais barato para morar. “Graças a uma carga tributária moderada e baixos preços dos imóveis, é o estado mais atraente para a classe média”, conclui o estudo.

Por terem aperfeiçoado seus sistemas tributários, os cantões de Obwalden, Thurgau, Solothurn e Schaffhausen melhoraram suas posições no ranking do indicador RDI em relação a 2006.

Já os “paraísos fiscais” de Schwyz, Nidwalden e Zug são cada vez menos atraentes para a classe média devido ao forte aumento dos preços de aluguéis e imóveis. Nesses estados, as vantagens fiscais são parcialmente anuladas pelos elevados custos de moradia.

Genebra e Basiléia aparecem nas últimas posições do ranking. Nesses dois estados, os gastos com moradia, os altos impostos e os custos recordes do sistema de saúde são de assustar a classe média, segundo o Credit Suisse.

Os cantões de Berna e Zurique, por abrangerem amplas áreas rurais, estão mais próximos da média do custo de vida na Suíça do que cantões puramente urbanos, mas também castigam seus moradores com altos preços de moradia e caros seguros de saúde.

Uma exceção é Winterthur, sexta maior cidade do país (com 100 mil habitantes), situada no estado de Zurique e que, entre as grandes cidades suíças, é financeiramente uma das mais atraentes para morar.

Imigração e migração interna

A imigração de estrangeiros ricos tem um forte impacto sobre a distribuição demográfica da Suíça. Isso fica evidente no caso de Zug, cantão de onde “fugiram” muitos suíços desde 2006, mas cuja população aumentou graças à vinda de estrangeiros.

“Zug tem a carga tributária mais baixa da Suíça e, por isso, é o cantão mais atraente para estrangeiros com renda elevada, diante dos altos custos das propriedades”, disse o economista Thomas Rühl, do Credit Suisse, à swissinfo.

Ele explicou ainda que, em regiões turísticas, como no Valais e nos Grisões, há muitas casas de férias compradas por estrangeiros e suíços, o que aumentou substancialmente os preços dos imóveis e aluguéis.

Uma conseqüência é a forte migração interna. Segundo Rühl, aumentou dramaticamente nos últimos 40 anos o número de suíços que “otimizam seu orçamento familiar” ao mudar para cantões onde sobra mais dinheiro no bolso.

swissinfo, Geraldo Hoffmann / Matthew Allen

O Credit Suisse fez um ranking do custo de vida dos 26 cantões suíços em 2008. A seguir, a classificação das capitais estaduais segundo o indicador RDI, tendo como base a renda líquida disponível de um solteiro que ganha 75 mil francos ao ano (o que sobra após desconto de impostos, contribuições e gastos fixos):

1. Appenzell (AI): 39.600 francos
2. Sarnen (OW): 39.100
3. Glarus (GL): 39.100
4. Frauenfeld (TG): 37.700
5. Herisau (AR): 39.100
6. Schwyz (SZ): 41.300
7. Solothurn (SO): 35.700
8. Schaffhausen (SH): 37.700
9. Stans (NW): 38.800
10. Delémont (JU): 37.100
11. Altdorf (UR): 38.00
12. Chur (GR): 38.900
13. St-Gallen (SG): 37.100
14. Aarau (AG): 30.100
15. Sion (VS): 37.800
16. Friburgo (FR): 36.800
17. Lucerna (LU): 36.400
18. Zug (ZG): 39.200
19. Bellinzona (TI): 36.700
20. Berna (BE): 32.500
21. Neuchâtel (NE): 33.700
22. Zurique (ZH): 36.100
23. Liestal (BL): 36.100
24. Lausanne (VD): 34.200
25. Basiléia (BS): 32.700
26. Genebra (GE): 29.200

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