Uefa tenta conquistar torcida nos países anfitriões da Eurocopa
A União Européia de Futebol (Uefa) realiza uma ampla campanha de publicidade na Suíça e na Áustria a fim de empolgar os torcedores para a Eurocopa 2008.
O “Euro Experience Tour” inclui um show de multimídia, a apresentação da nova taça da competição e jogos interativos com sorteio de ingressos.
No lançamento da campanha em Basiléia, os cartolas da Uefa apresentaram o novo troféu do torneio: uma taça de prata, pesando oito quilos e avaliada em 25 mil francos suíços.
Até maio, ela poderá ser vista de perto pelos torcedores de futebol na “maior barraca inflável do mundo”, que será armada em 13 cidades da Suíça e da Áustria. A barraca está equipada com terminais de multimídia, um cinema e uma loja de artigos promocionais.
A principal atração na tela é um filme de 25 minutos sobre os pontos altos e gols decisivos dos 48 anos de história da Eurocopa. Além disso, há jogos interativos em que se podem ganhar ingressos para as partidas.
Falta empolgação
A Suíça organizou o último grande torneio de futebol há mais de meio século: a Copa do Mundo de 1954, que entrou para a história através do “milagre de Berna” – a supreendente vitória da Alemanha por 3 a 2 sobre a Hungria, no estádio de Wankdorf.
Apesar disso, a quatro meses do apito inicial da Eurocopa 2008, observa-se que os suíços mostram pouca empolgação pelo terceiro maior evento esportivo do mundo, depois da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos.
Benedikt Weibel, representante do governo federal para o Euro 2008, manifestou dúvidas de que a Suíça possa se apresentar tão hospitaleira quanto a Áustria. Por isso, ele lançou no início de janeiro uma campanha para posicionar o país como um “anfitrião simpático”.
“Explosão de emoções”
Já o diretor executivo do torneio, o suíço Martin Kallen, se mostra otimista. Ele acredita que o Euro 2008 conseguirá fazer jus ao seu slogan “Expect Emotions”. Kallen lembra os sentimentos patrióticos despertados nos suíços quando a seleção nacional chegou às oitavas-de-final da Copa 2006 na Alemanha.
“Como os jogos da seleção na fase de grupos acontecem no próprio país, o Euro 2008 desencadeará mais empolgação pela equipe do que na Copa 2006. A vibração aumentará continuamente”, prevê.
O “Euro Experience Tour” pretende despertar essa emoção nos suíços. “A dimensão e a tecnologia da campanha, que garantem uma experiência fantástica para os torcedores do futebol, são inéditas”, diz o presidente da Uefa, Michel Platini.
Swissinfo, Matthew Allen, Basiléia
A barraca do “Euro Experience Tour” tem 14 metros de altura, 40 m de largura, 60 m de comprimento e pesa 10 toneladas.
O chamado “circo da Eurocopa” permanece na Basiléia até 3 de fevereiro de 2008. Depois segue para Genebra, Zurique, Berna, Lausanne, e para a Áustria (Innsbruck, Linz, Klagenfurt, Salzburg e Graz).
Em maio, retorna à Suíça (Lugano e Lucerna). Sua última estação é Viena, onde será disputada a final do torneio.
Um balão inflável de 34 metros de altura em forma da taça do Euro 2008, que anuncia a chegada da barraca às cidades mencionadas acima, fará um trajeto de 30 mil quilômetros até o apito inicial da Eurocopa 2008. Ele é pilotado pelo suíço Florent Jobin.
Por mais que a Uefa invista em publicidade para empolgar a torcida na Áustria e na Suíça, não poderá resolver um problema que irrita os verdadeiros torcedores de futebol: a escassez de ingressos.
Milhões de torcedores se candidataram para participar do sorteio dos 290 mil bilhetes (cerca de 30% do total) disponibilizados na primeira fase de venda através da internet. No total, são oferecidos mais de um milhão de ingressos para o torneio.
Os preços oficiais variam entre 45 euros e 550 euros, mais uma taxa administrativa de 20 euros paga à Uefa. No mercado negro, já são oferecidos ingressos por até 1.600 euros, por exemplo, para a semifinal na Basiléia.
Nem mesmo nos telões que serão instalados em 16 cidades na Suíça os torcedores poderão assistir aos jogos gratuitamente. Nesse caso, os ingressos custam entre 11 e 16 francos suíços; somente os lugares em pé são de graça.
swissinfo, Geraldo Hoffmann
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