Perspectivas suíças em 10 idiomas

Espanha enfrenta Holanda na final da Copa 2010

Jogadores espanhóis comemoram o gol da classificação marcado pelo zagueiro Puyol. Keystone

Numa demonstração de classe e força, a Espanha derrotou a Alemanha por 1 a 0, em Durban, e vai enfrentar a Holanda no próximo domingo em sua primeira final numa Copa do Mundo de Futebol.

Na reedição da final da Eurocopa 2008, os espanhóis dominaram o jogo e repetiram o resultado de dois anos atrás contra os alemães. O Mundial na África do Sul terá um campeão inédito.

“A Espanha é mais forte do que a Argentina e a Inglaterra”, disse o técnico alemão Joachim Löw, antes do jogo. E ele tinha razão, apesar de a Alemanha ter vencido dois confrontos anteriores em Mundiais contra os espanhóis (1966 e 1982) e empatado em 1994.

A receita de sucesso contra a Espanha é fechar os espaços no meio-campo, assim impedir a circulação da bola entre os espanhóis e evitar o “passe final” para o atacante David Villa.

Alemanha não conseguiu fazer isso na final da Eurocopa 2008 e muito menos na semifinal da Copa 2010. Contra a Inglaterra (oitava de final) e a Argentina (quartas de final), a equipe de Löw jogou com impressionante autoconfiança e dinâmica no ataque.

Na semifinal desta quarta-feira, em Durban, não se viu nada disso. Os alemães começaram a partida nervosos, medrosos, e jogaram recuados como nunca antes neste torneio. E foram envolvidos e sufucados pela pressão espanhola.

Pressão espanhola do começo ao fim

O ágil Pedro, que substituiu Torres na seleção espanhola, logo criou dificuldades para a zaga alemã. Aos 5 minutos, lançou David Villa na área, mas o goleiro Neuer saiu bem e afastou o perigo.

A defesa alemã teve muito trabalho no primeiro tempo. Os espanhóis mostraram mais inspiração, dominaram o meio-campo, tiveram 57% de posse de bola e chegaram várias vezes com perigo à área adversária.

No ataque alemão, faltava o talento ofensivo Thomas Müller, que cumpria suspensão. A Alemanha chegou pela primeira vez à área espanhola aos 16 minutos, mas Casillas conseguiu afastar dois escanteios seguidos.

A partir da metade da primeira etapa, a Alemanha se estabilizou um pouco. Trochowski, que substituiu Müller, testou o goleiro espanhol pela primeira vez aos 32 minutos, com um chute rasteiro.

Num jogo bastante estático, em que os meio-campistas se neutralizaram, a Espanha foi melhor nos primeiros 45 minutos, com seis chutes a gol, contra apenas um da Alemanha – só faltou o gol.

As equipes voltaram sem alteração para o segundo tempo e o cenário continuou o mesmo: a Espanha atacando, colecionado chances de gol, a Alemanha se defendendo e espreitando possibilidades de contra-ataque.

Aos 13 minutos do segundo tempo, a Espanha teve três chances em um minuto. Com muita sorte e graças a boas defesas do goleiro Neuer, a Alemanha manteve o 0 a 0 no placar, mas continuou no sufoco.

O técnico Joachim Löw substituiu o lateral-esquerdo Boateng por Jansen e o meia Trochowski por Kroos para tornar a equipe um pouco mais ofensiva, mas a Alemanha continuou muito na retaguarda.

Aos 25 minutos da etapa final, Kroos teve a melhor chance alemã no jogo. Ele recebeu cruzamento da esquerda de Podolski e chutou de primeira em cima de Casillas que fez boa defesa.

Puyol faz o gol da classificação

Três minutos depois, após cobrança de escanteio, a defesa alemã cochilou e permitiu que o zagueiro espanhol Puyol marcasse de cabeça o gol da classificação. O claro domínio da Espanha converteu-se em vantagem no placar.

Depois disso, a Alemanha correu atrás do prejuízo, chegou a criar algum perigo, mas terminou a partida como começou: pressionada pelos espanhóis, que mereceram a vitória e a classificação para a final.

Os espanhóis foram melhores em todos os aspectos e poderiam ter vencido por um placar muito mais folgado, semelhante às vitórias dos alemães sobre os argentinos e ingleses.

A Alemanha, tricampeã mundial – em 1954, 1974 e 1990 – disputou sete finais, o mesmo número do Brasil, e no sábado vai lutar pelo terceiro lugar contra o Uruguai, em Porth Elizabeth.

A Espanha disputou na África do Sul sua primeira semifinal e pela primeira vez está na final. E, no domingo, em Joanesburgo, o grupo dos países campeões do mundo ganhará um novo membro: a Espanha ou a Holanda, que já foi vice-campeã em 1974 e 1978.

Geraldo Hoffmann, swissinfo.ch

Data: 7/7/10
Local: Moses Mabhida, Durban
Público: 60.960 pagantes

Alemanha: Neuer – Lahm, Mertesacker, Friedrich, Boateng (52. Jansen) – Schweinsteiger, Khedira (81. Gomez) – Trochowski (62. Kroos), Özil, Podolski – Klose

Espanha: Casillas – Ramos, Pique, Puyol, Capdevila – Busquets, Xabi Alonso (90.+3 Marchena) – Pedro (86. Silva), Xavi, Iniesta – Villa (81. Torres)

Gol: Puyol

Árbitro: Viktor Kassai (Hungria)

Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!

Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR