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Berlim projeta Chaplin inédito

Cena de "The Tramp and the Dictator". www.berlinale.de

O Festival Internacional de Cinema de Berlim projetou na quinta-feira 14/2 "The Tramp and the Dictator", documentário com cenas descartadas por Charles Chaplin de O Grande Ditador.

O documentário “The Tramp and the Dictator”, que totaliza 55 minutos, foi dirigido pelo historiador britânico Kevin Brownlow, o mesmo que produziu a série de sucesso “O Chaplin Desconhecido”.

Final diferente

O documentário mostra imagens que o cineasta descartou de O Grande Ditador, clássico de 1940. Foram encontradas pelo filho caçula de Chaplin, Christopher, e sua irmã Victoria, no sótão da casa da família em Vevey, (perto de Montreux, sudoeste suíço), quando a residência era restaurada. Têm 25 minutos de duração.

Essas cenas inéditas revelam que o genial cineasta imaginara outro final para sua obra. No projeto inicial, os dois exércitos inimigos se encontrariam em um baile. Diante de problemas técnicos com as tomadas feitas, Chaplin desistiu.

A solução encontrada deu origem a outro desfecho em que o diretor de Tempos Modernos inova em cena célebre em que olha a câmara e faz apelo à paz mundial.

Versão restaurada

O Festival Internacional de Cinema de Berlim, de 6 a 17/2, será encerrado em sessão de gala com projeção de uma cópia restaurada de O Grande Ditador, para lembrar que Chaplin morreu há 25 anos.

O enredo do filme gira em torno de um barbeiro judeu e Ademold Hynkel, ditador fascista de Tomania (país imaginário). Ambos os protagonistas têm aspectos físicos muito semelhantes. O barbeiro e sua família sofrem pressões de Hynkel mas consegue se vingar com uma mudança de identidades. Em manifestação nazista, o barbeiro leva a melhor sobre Hynkel e pronuncia discurso pela paz e tolerância no mundo.

Hitler teria assistido à sátira

O Grande Ditador não pôde ser projetado em países europeus, sob ocupação nazista. Mas foi sucesso de bilheteria na Grã-Bretanha e Estados Unidos, ainda fora da conflagração.

Vigora opinião de que Hitler nunca assistiu ao filme de Chaplin. Mas o historiador britânico Kevin Brownlou (a quem nos referimos acima) acha ter encontrado evidências de que o líder nazista o viu em sessões privadas.

Reinhard Spitzy – que tinha trânsito livre nos círculos do chanceler alemão e aparece no documentário projetado em Berlim – garante que “Hitler achou o filme engraçado”, acrescentando: “Ele era um homem que tinha senso de humor e teria sido capaz de ver o lado divertido do retrato satírico traçado por Charles Chaplin”.

swissinfo (e colaboração de J.C.Tellechea, de Berlim).

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