Nova técnica de radioterapia pode revolucionar tratamento do câncer
O Paul Scherrer Institute (PSI) testou uma nova técnica de radiação ultra-rápida e de alta dose usando prótons que, segundo os cientistas, poderiam revolucionar a terapia do câncer e poupar aos pacientes muitas semanas de tratamento.
Os pesquisadores do Centro de Terapia de Prótons (CPT) do PSI em Villigen, no norte da Suíça, estão pesquisando se uma técnica de irradiação curta, pontual e de alta dose, conhecida como FLASH, também é adequada para a irradiação de prótons. Ela se baseia em um tratamento preciso de radiação 3D desenvolvido no instituto chamado "spot-scanningLink externo".
Em uma estreia mundial, pesquisadores do PSI, em colaboração com o Hospital Universitário de Lausanne (CHUV), testaram a técnica em um paciente para tratar um tumor de pele maligno, disse o instituto em uma declaração na segunda-feira (28).
Com FLASH, é aplicada uma taxa de dose de radiação de até 1.000 gray por segundo - cerca de 100 vezes maior do que nos tratamentos habituais. O teste foi aprovado pela Academia Suíça de Ciências Médicas.
Os pesquisadores do CHUV utilizaram feixes de elétrons para o teste do paciente, que só são adequados para tumores muito superficiais. Em contraste, os prótons usados no PSI também atingem tumores no interior do corpo e podem ser parados precisamente no local do corpo onde devem ter seu efeito máximo sobre as células cancerígenas.
"Se pudermos alcançar a alta precisão e o bom resultado da terapia com prótons com irradiação FLASH sem danificar os tecidos saudáveis, isto seria um enorme passo à frente", disse o responsável do CPT, Damien Weber.
"Se o princípio funcionar, os pacientes teriam que vir apenas algumas vezes para o tratamento com radiação, idealmente apenas uma a cinco vezes. As consultas de tratamento que se abrem como resultado estariam disponíveis para outros pacientes com câncer".
Mais testes
Devido à irradiação extremamente curta, é até possível usar a técnica FLASH para tratar tecidos nos pulmões, disse o Instituto Paul Scherrer.
Entretanto, muitos anos de desenvolvimento técnico e testes ainda são necessários antes que o processo possa ser usado regularmente nos pacientes, acrescentou o instituto.
"Mas antes de tudo, precisamos de evidências de que a irradiação de prótons com a técnica FLASH não danifica o tecido corporal saudável", disse Weber.

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