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Cinema brasileiro foi destaque em Genebra

Karin Aïnouz em Genebra filmaramlat.ch

Filmar na América Latina é um dos vários festivais de cinema da Suíça e o único dedicado ao sub-continente.

Este ano, o festival, em Genebra, em sua 14a edição, deu destaque ao cinema brasileiro com a apresentação de clássicos e a presença de três diretores brasileiros, com uma retrospectiva dos filmes de Karin Ainouz.

Como um dos poucos festivais especializados na Suíça, Filmar na América Latina teve este ano mais de 300 projeções em sua 14ª edição, em Genebra e outras cidades suíças, mas também em cidadas vizinhas da França. Outra característica do festival é a presença de diretores, que discutem de suas obras com os espectadores, após as projeções.

Quinze diretores

Este ano, quinze diretores estiveram em Genebra, entre eles três brasileiros: Lúcia Murat veio apresentar “Uma longa viagem”, pela primeira vez na Suíça; Eduardo Nunes mostrou “Sudoeste”, também pela primeira vez na Suíça, e Karin Aïnouz, que teve direito a uma retrospectiva de seus quatro longas metragens (o quinto está em fase de montagem): “O abismo prateado” (2011), “Viajo porque preciso, volto porque te amo” (2009), “O céu de Sueli” (2006) e “Madame Satã” (2002).

“Uma retrospectiva é bastante estranho. A primeira vez que isso aconteceu foi em 2010,quando me chamaram para uma homenagem num festival em Tiradentes, Minas. Levei um susto porque estava acabando de fazer meu quarto filme. Fiquei pensando se estava na hora, se não devia esperar para ter uns dez filmes. Por outro lado, é bacana olhar para trás e ver os personagens que já visitei e os assuntos que tratei”. Declarou Karin Aïmouz em entrevista à swissinfo.ch. (Ouça os áudios na coluna à direita).

“Não sei ser neutro”

Na entrevista, o diretor brasileiro (nascido em Fortaleza, em 1966), diz que o cinema dele é “artesanal”, que é “feito à mão”, que não é isento e que não sabe ser neutro. Fala da diferença entre grandes e pequenos festivais, que não faz nem vê muita televisão “de propósito”.

Karin Aïnouz diz que não faria os filmes que fez se não tivesse uma certa distância do Brasil e explica que as mudanças ocorridas no país nos últimos dez anos trazem mais liberdade para os cineastas de sua geração e para os mais jovens do que ele. Não deixe de ouvir à íntegra de sua conversa com swissinfo.ch nos áudios.

Cineasta e roteirista cearense, nascido em 1966. Seu longa-metragem de estreia, Madame Satã (2002), foi selecionado para a mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes e, em seguida, premiado nos festivais internacionais de Chicago (EUA) e Huelva (Espanha)

 Filmografia selecionada:
Diretor

O abismo prateado (2011). Selecionado para a mostra Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes de 2011. Prêmio de melhor diretor no Festival do Rio 2011. Viajo porque preciso, volto porque te amo (2009). Em parceria com Marcelo Gomes. Selecionado para o mostra Horizontes do Festival de Veneza em 2009. Prêmio de melhor direção do Festival do Rio de 2009. O céu de Suely (2006). Troféu Redentor de melhor direção e melhor filme no Festival do Rio. Prêmio da Fipresci de melhor filme no Festival Internacional de Salônica, na Grécia. Madame Satã (2002). Selecionado para a mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes. Prêmio nos festivais internacionais de Chicago (EUA) e Huelva (Espanha).
Roteirista
Cinema, aspirinas e urubus (2005), de Marcelo Gomes. Roteiro em parceria com Marcelo Gomes.Cidade baixa (2005), de Sérgio Machado. Roteiro em parceria com Sérgio Machado.Madame Satã (2002). Roteiro em parceria com Marcelo Gomes.Abril despedaçado (2001), de Walter Salles. Roteiro em parceria com Sérgio Machado e Walter Salles.

Fonte: Portal Quem é Quem

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