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Paisagens de Van Gogh estão expostas na Suíça

O encontro do público com Van Gogh vai até setembro. Reuters

Até setembro 70 telas de Vincent Van Gogh ficarão expostas no Kunstmuseum de Basileia. A mostra (Vincent Van Gogh – Zwischen Erde und Himmel) reúne trabalhos do mundo inteiro e já é considerada a mais importante da Europa.

É a primeira vez que somente as paisagens de Van Gogh são reunidas numa exposição – dos campos da Holanda, sua terra natal, à França, onde viveu e morreu.

Mais do que cenas campestres, as telas mostram a carreira do artista e as mudanças de seu trabalho num curto espaço de tempo – de 1883 a 1890. Na entrada do museu, o visitante é brindado com uma apresentação em 360 graus sobre Van Gogh – da família à vida artística, em alemão, inglês e francês.
Era o mais velho dos seis filhos, mas tinha uma ligação forte com o irmão Theo, a quem escreveu mais de 600 cartas. Mais do que seu confidente, Theo negociava seus quadros e foi o responsável por colocá-lo em contato com outros artistas.

Tons marrons

As primeiras telas são da época em que vivia com a família em Nuenen, na Holanda. Foram apenas dois anos, de 1883 a 1885, mas estima-se que tenha produzido mais de 200 trabalhos.

A influência da escola de pintura de Den Haag era bem forte em suas telas, com cores escuras e a predominância do marron. Na época, seu irmão estava em Paris e começou a orientá-lo para usar mais cores em seus quadros.

A influência do impressionismo sugeria o efeito da luz do sol nas paisagens. Dependendo do ângulo de incidência da luz, obtinha-se outra tonalidade de cor.

Impressionismo e o amarelo

Na mostra de Basileia, a marca das pinceladas impressionistas estão nos trabalhos de Van Gogh de 1886 a 1888, quando foi para Paris com o irmão. « A ponte de Asniéres », « Pescador na primavera na Ponte Clichy » são alguns exemplos desta fase marcante do artista.

De fevereiro de 1888 a maio de 1889 Van Gogh mudou-se para Arles, no sul da França. Nessa época começa a marcar seus trabalhos com a cor amarela, sua preferida. Queria criar um núcleo de artistas e conviveu bastante tempo com Paul Gauguin.

Trabalharam juntos e discutiam muito sobre arte, especialmente sobre as influências japonesas. Em dezembro de 1888 eles se desentendem, quando Van Gogh corta sua orelha esquerda. Depois disso seu estado de saúde começa a agravar-se .

Nas partes finais da mostra, Saint-Rémy e Auvers, de 1889 a 1890, surgem os famosos ciprestes e alguns campos de trigo – ora luminosos, ora escuros. Suas telas mostram um pouco do seu calvário.

Embora fosse internado constantemente em sanatórios psiquiátricos, não deixava de pintar. Muito pelo contário. Estima-se que pintasse mais de um quadro por dia. Registrou cada momento da natureza de acordo com sua angústia – sempre com muito talento. O resultado está em Basileia.

swissinfo, Lourdes Sola, Basileia

Vincent Van Gogh nasceu em 30 de março de 1853 em Zundert, na Holanda. Morreu em 29 de julho de 1890 em Auvers, na França.

O movimento impressionista surgiu em 1874 na França e enaltecia a intensidade das cores, de acordo com a incidência da luz do sol. Dentre os artistas estão Claude Monet, Pierre Renoir, Edouard Manet, entre outros.

O pós-impressionismo criticava o impressionismo e defendia a pintura calcada nas leis científicas da visão. Paul Cézanne, Vincent Van Gogh e Paul Gauguin são alguns dos representantes.

A mostra reúne 70 telas e pertencem a museus ou a coleções privadas. A mais famosa é Cipestre, do Metropolitan Museum of Art, de Nova York.

Kunstmuseum Basel
De 26 de abril a 27 de setembro
De terça a domingo, das 9 às 19 horas

Ingressos:
Adultos CHF 28
Estudantes até 30 anos, CHF 18
De 13 a 18 anos, CHF 10
Até 12 anos, gratis.

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