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Tsunami provoca tragédia

Turistas carregam feridos na ilha Phi Phi, Tailândia, após o maremoto de domingo. Keystone

Ondas gigantescas provocadas por um terremoto no fundo do mar arrasam balneários turísticos no Oceano Índico. Estatísticas falam de 21 mil mortos, incluindo muitos estrangeiros.

Pelo menos 2.200 turistas suíços passavam férias na região. 60 foram feridos. Governo helvético promete um milhão de francos para ajuda imediata.

As pessoas foram pegas de surpresa. Em relatos publicados na imprensa, elas contam que primeiro a água na praia começou a recuar com uma espantosa rapidez. Muitos chegaram mesmo a pensar que se tratava de um fenômeno lunar. “De repente surgiu uma gigantesca muralha de água que caiu sobre a praia, destruindo tudo o que encontrava no caminho”, lembra-se o fotógrafo inglês Simon Clark, que passava férias em Ngai, uma ilha da Tailândia. “As pessoas que mergulhavam com máscaras foram jogadas na praia e aquelas que tomavam banho de sol foram puxadas para o mar”.

As ondas gigantescas que atingiram no domingo (26 de dezembro) cidades costeiras de oito países do Sudeste asiático mataram mais de 21.500 pessoas, segundo as primeiras estimativas oficiais.

O fenômeno, mais conhecido como “tsunami” (“ondas de porto”, em japonês) foi provocado por um forte tremor de terra ocorrido no mar, a 10km de profundidade e a 160km da ilha de Sumatra, na Indonésia. O terremoto foi o quinto maior já registrado até hoje e duas mil vezes mais forte do que aquele que destruiu a cidade iraniana de Bam há um ano. Ele correspondeu, em termos de energia liberada, à explosão de dez mil bombas nucleares.

Os países mais castigados pelo maremoto foram a Indonésia, Índia e o Sri Lanka. Outros atingidos foram as Ilhas Maldivas, a Malásia, a Tailândia, o Mianmar e Bangladesh.

No momento mais de um milhão de pessoas estão desabrigadas. Os governos indicam também centenas de feridos e desaparecidos, entre eles pescadores e navegadores que estavam no mar.

Turistas suíços

Mesmo sem informações concretas, as autoridades helvéticas acreditam que uma quantidade considerável de suíços estará entre as vítimas da catástrofe. Nos últimos anos, países como Sri Lanka, Tailândia e Ilhas Maldivas se tornaram um dos destinos preferidos de turistas europeus, japoneses e americanos.

Segundo dados recolhidos com as agências de viagens, 2.200 suíços se encontravam na região. Somente uma empresa, a Kuoni, havia organizado pacotes de fim de ano levando 450 pessoas às Ilhas Maldivas, 400 à Tailândia e 150 ao Sri Lanka.

Pela madrugada da segunda-feira (27 de dezembro) chegaram no aeroporto de Zurique dois aviões trazendo 313 turistas suíços a bordo vindos das Ilhas Maldivas. Durante a semana são esperadas outras aeronaves.

Devido ao caos e os problemas de comunicação, os governos locais ainda não conseguiram fornecer dados precisos sobre as vítimas. A companhia de seguros de viagem suíça Elvia já registrou 60 suíços feridos na inundação. O Ministério das Relações Exteriores declarava no final da tarde de domingo ter contado 15 suíços feridos, porém ainda não publicou uma lista oficial.

Solidariedade suíça

Logo depois da tragédia, Joseph Deiss, ministro da Economia e atual presidente da Confederação Helvética, enviou mensagens de condolência aos vários governos da região.

O governo suíço decidiu liberar um milhão de francos para apoiar ações humanitária nas regiões atingidas e, ao mesmo tempo, enviou três especialistas para analisar as necessidades mais prementes. Esses recursos e outros, que poderão ser liberados em breve, serão empregados em medidas para evitar a eclosão de epidemias e na melhora do fornecimento de água potável, na assistência médica e na montagem de abrigos.

Vários grupos humanitários suíços estão organizando medidas de apoio paralelas. Um grupo delas se uniu na iniciativa denominada “Corrente da Solidariedade”, que dentre outras atividades, também oferece uma conta especial para receber doações do povo suíço. Outras como a Igreja Evangélica Reformada, Caritas ou Cruz Vermelha Suíça, já conseguiram juntar 500 mil francos suíços.

Hotline para familiares

Um dos maiores problemas para os familiares e próximos de turistas estrangeiros que se encontravam na região está na falta de informações. Em muitos casos, os sistemas de comunicação ainda estão bloqueados.

No caso da Suíça, o Ministério das Relações Exteriores montou um grupo especial de atendimento. Esses funcionários encarregam-se de entrar em contato com as embaixadas ou consulados locais, contatados por muitos turistas suíços logo depois da catástrofe, e transmitem depois as informações para os familiares. O telefone funciona 24 horas por dia: 0041 – 31 – 325 3333.

Também as três maiores operadoras de turismo suíça criaram um “hotline” para atender familiares dos turistas suíços (0041 – 01 – 283 3999). Nos países da região elas já organizaram grupos de apoio.

swissinfo com agências

– Diversas organizações humanitárias suíças recolhem doações para as populações atingidas pela catástrofe no Sudeste asiático. O dinheiro pode ser transferido para a seguinte conta bancária na Suíça: 10-15 000-6, assinalando “Seebeben Asien” (terremoto na Ásia). Na Internet: http://www.glueckskette.ch

– Número de informações do Ministério das Relações Exteriores: +41 31 325 33 33

– Número de informações das empresas turísticas: +41-1-283 39 99

– O abalo sísmico, que atingiu 8,9 graus na escala Richter, ocorreu às 7h na Indonésia, desencadeando uma série de maremotos.

– Segundo sismólogos americanos, esse foi o mais forte terremoto na região desde 1900.

– A última leva de ondas gigantes ocorreu em 17 de julho de 1998 e provocou a morte de 2.500 pessoas no litoral de Papua Nova Guiné.

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