Suíça contrata professores estrangeiros
No sentido de resolver o problema da falta de professores, as autoridades criam uma "task force" e procura revalorizar a profissão. As exigências nas escolas são maiores, o professor é mal pago e deve assumir função de educador diante da "desistência" dos pais. O problema é internacional.
Faltam professores na Suíça. A constatação não é nova, mas as autoridades suíças encarregaram uma equipe de estudar a questão a fundo e propor soluções.
A carência se explica
“O problema vem da própria profissão, como no resto dos países industrializados”, reconhece o vice-presidente do Sindicato dos Professores da Suíça Francesa, Georges Pasquier.
Os fatores que agravaram o problema são “a aposentadoria dos professores contratados em massa nos anos 60-70, transferência ao setor privado, e o crescimento demográfico” (resultante do “baby-boom” de 30 a 40 anos atrás), afirma Frédéric Wittwer, do Departamento da Educação, de Genebra.
Destaca-se também o fato de o professor ter que assumir “papel adicional de educador”, além de suas tarefas pedagógicas, segundo um outro responsável do setor.
Uma outra explicação para a falta de professores é a feminização da profissão. As mulheres são maioria no ensino primário e 40% no ensino secundário. O fenômeno se expandiu com a facilitação do tempo parcial na área da educação pública.
Zurique relativiza…
O fato de cantões (estados) fronteiriços contratar professores não é novidade. Novidade porém é Zurique ter tido que buscar professores estrangeiros. Mas
representante do Departamento da Educação local não vê motivo de inquietação, estimando que “66 professores de primeiro e segundo graus para um total de 8.000, é algo “negligenciável”.
Autoridades do setor estimam, no entanto, necessário tornar o cargo mais atraente. Zurique deu o exemplo, aumentando em 10% os salários de professor.
O problema será estudado a fundo
A Conferência dos Diretores Cantonais da Educação acha essencial “uma análise aprofundada da questão”, no sentido de tomar medidas eficazes. E já criou uma “task force” com um plano de ação, visando encontrar uma saída. Só depois de uma investigação nacional será possível avaliar a carência de professores e aplicar a solução que se imponha.
Como o problema é internacional, a Suíça pode se inspirar em medidas tomadas em outros países ou mesmo servir de referência na busca de saída para a questão.
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