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Filme japonês ganha o Leopardo de Ouro

Masahiro Kobayashi posa com o Leopardo de Ouro que ganhou pelo filme "Ai No Yokan" (O Renascimento) Keystone

"Ai no yokan" do japonês Masahiro Kobayashi ganha o principal prêmio na 60ª edição do Festival Internacional de Filme de Locarno.

O prêmio especial do júri vai para o projeto de curtas “Memories” do cineasta português Pedro Costa, do romeno Harun Farocki e do francês Eugène Green.

“Ai no yokan” (O Renascimento), do diretor japonês Masahiro Kobayashi ganhou o Leopardo de Ouro, prêmio dotado que inclui também a quantia de 90.000 francos. O longa-metragem também ganhou o Prêmio Daniel Schmid, dotado de 20.000 francos, atribuído unicamente este ano em homenagem à memória do cineasta suíço desaparecido há um ano.

O filme japonês é uma narração marcante sobre o não-dito, a solidão, a dor e a sobrevivência. Tudo começa a partir de um assassinato. A mãe da assassina e o pai da vítima acabam se encontrando. A película é dirigida como uma dança em câmara lenta.

Masahiro Kobayashi nasceu em Tóquio em 1954. Ele trabalhou ocasionalmente como cantor de músicas populares e depois realizou cenários para a televisão. Desde 1999 ele participa regularmente de diversas seções do Festival de Cannes, sendo que, desde 2005, também da competição principal.

O júri deu o Prêmio Especial (30 mil francos) ao filme coreano Memories”, que reúne três curtas-metragens de cineastas europeus, o cineasta português Pedro Costa, o romeno Harun Farocki e o francês Eugène Green.

Já o francês Philippe Ramos ganhou o prêmio pela melhor direção, com 30 mil francos, graças ao filme “Capitaine Achab”, uma adaptação livre do romance “Moby Dick”.

O prêmio de interpretação feminina vai para a atriz espanhola Marian Alvares, que contracena da sua terra natal. Dois atores dividem entre si o prêmio de interpretação masculina: o francês Michel Piccoli, através do seu papel no filme “Sous les toits de Paris” (Sobre os tetos de Paris) do diretor Hiner Saleem, e Michele Venitucci, que representa um boxeador no filme “Fuori dalle corde” do sucio originário do cantão do Tessin, Fulvio Bernasconi.

Uma escolha evidente

“Michel Piccoli era uma escolha evidente”, explica a presidente da comissão do júri, a atriz francesa Irène Jacob. Ela não escondeu da imprensa, que o festival deveria optar pelos jovens talentos.

Membro da comissão de seleção da critica, Gianfranco Helbling festeja a escolha de um talento helvético. “O prêmio dado para o Michele Venitucci é algo único, já que ha trinta anos nenhum realizador do Tessin havia ganho um Leopardo”.

“O prêmio reforça a esperança de desenvolvimento da industria cinematográfica do Tessin, a terra do festival”.

A chefe do comitê de jurados não escondeu a dificuldade de avaliar e escolher os melhores filmes assistidos. Foram centenas durante todo o processo de escolha. Ela não esconde as dificuldades vividas. “Nos tivemos muitas vezes dificuldades para ter uma linha coerente na seleção oficial”. Depois de muito debate, o júri chegou ao único acordo de privilegiar o cinema inovador e de pesquisa, um estilo que exprime melhor a identidade do festival.

Balanço inovador

O diretor artístico do festival, Frédéric Maire, faz um balanço positivo do evento. “Estou muito satisfeito com o festival, pois conseguimos escolher os filmes mais corajosos e que representam melhor o espirito do evento”.

Maire refuta as criticas estampadas nos jornais sobre a qualidade supostamente baixa dos filmes escolhidos para a seleção competitiva do Festival de Locarno. “Eu gostei de todas as obras selecionadas. Na minha opinião, a competição fui muito boa”.

O crítico de cinema Gino Buscaglia é uma das que se mostra satisfeitas com a qualidade cultural do evento. “A escolha dos filmes projetados na Piazza Grande, um espaço tão importante para o festival, estava adaptada ao gosto do grande publico. Eu apoio a escolha feita por Frédéric Maire”.

Outros já avaliam de forma mais crítica a competição. “Vimos filmes bons, inovadores, experimentais, mas também um monte deles que eram decepcionantes e fracos. Da próxima vez o comitê deveria fazer mais atenção no processo de escolha”, declara o jornalista.

Hopkins e Akkar

O júri da competição “Cineastas do Presente” entregou o Leopardo de Ouro e o prêmio de 30 mil francos ao filme húngaro “Tejut” de Benedek Fliegauf. Um prêmio especial do júri, também dotado de 30 mil francos, foi entregue à obra “Imatra”, do italiano Corso Salani.

O prêmio do público terminou indo para a comédia “Death at a funeral” (Comédia no Funeral) do realizador Frank Oz. Também Anthony Hopkins, praticamente a única estrela de calibre a estar presente em Locarno, ganhou o primeiro prêmio do júri de jovens pelo filme dirigido por ele próprio, “Slipstream”, o terceiro como diretor.

Finalmente, o filme franco-argelino “La maison jaune” (A casa amarela), do cineasta Amor Hakkar ganhou três prêmios. Em primeiro lugar, o “Prêmio Ecumênico”, o prêmio da Federação Internacional dos Cineclubes, como também o terceiro prêmio de júri dos jovens, dotado com a soma de dois mil francos.

Os organizadores do festival também se mostraram satisfeitos com a participação do público: a contagem final foi de 70 mil entradas vendidas para a exibição na Piazza Grande em 2007. O número ficou um pouco abaixo do que no ano passado (78.400), mas melhor do que em 2005 (68.800).

swissinfo com agências

Leopardo de Ouro: “Ai no yokan”, de Masahiro Kobyayshi, Japão.

O prêmio especial do júri vai para o projeto de curtas “Memories” do cineasta português Pedro Costa e Harun Farocki e Eugène Green.

Prêmio de melhor direção: Philippe Ramos pelo filme “Capitaine Achab”, França, Suécia.

Leopardo de Ouro pela melhor interpretação feminina: Marian Álvares no filme “Lo mejor de mi”.

Leopardo de Ouro pela melhor interpretação masculina: Michel Piccoli no filme “Sous les toits de Paris” e Michele Venitucci no filme “Fuori dalle corde”.

Menção especial: Cho Sang-yoon, diretor de fotografia no filme “Boys of tomorrow”.

“Ai no yokan” do japonês Masahiro Kobayashi ganha o principal prêmio na 60ª edição do Festival Internacional de Filme de Locarno.

O prêmio especial do júri vai para o projeto de curtas “Memories” do cineasta português Pedro Costa, do romeno Harun Farocki e do francês Eugène Green.

Leopardo do futuro, competição internacional: “Valuri”, de Adrian Sitaru, Romênia.

Leopardo do futuro, competição suíça: “René”, de Tobias Nölle.

Melhor curta-metragem na competição internacional na categoria “Leopardo do futuro”: “Hoy no estoy”, do cineasta Gustavo Taretto, Argentina.

Melhor curta-metragem na competição nacional suíça “Leopardo do futuro”: “Ménagerie intérieure”, de Nadège de Benoit Luthy.

Prêmio do público: “Death at a funeral”, de Frank Oz, EUA, Grã-Bretanha.

Prêmio do júri para o cinema jovem: “Slipstream”, do diretor Anthony Hopkins, EUA.

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