A China é destino obrigatório
Pascal Couchepin, presidente da Confederação e ministro do Interior, inicia uma visita oficial de cinco dias à China.
Ele será acompanhado por uma importante delegação de representantes da economia suíça, o que mostra o interesse no grande país asiático.
Somente nesse ano, essa é a terceira visita de um ministro suíço à China. Pascal Couchepin, ministro do Interior, segue os passos dos seus colegas de ministério Samuel Schmid, ministro da Defesa e dos Esportes, e Micheline Calmy-Rey, ministra das Relações Exteriores.
Essa última grande viagem de Couchepin, ainda no seu papel de presidente da Confederação, deve permitir à Suíça de “estabelecer contatos” com o novo governo chinês, como explica Dominique Dreyer, embaixador suíço em Pequim.
Na quinta-feira, Pascal Couchepin terá um encontro com o presidente chinês Hu Jintao, eleito em março. Dentre os temas que serão debatidos destacam-se as relações bilaterais, a situação geral na China e a polêmica nuclear na Coréia do Norte.
“Os direitos humanos serão também um tema de discussão”, assegura Nicolas Bideau, conselheiro diplomático do presidente da Confederação.
Um mercado próspero
Uma importante delegação de representantes da economia suíça estará acompanhando Pascal Couchepin. Ela se explica através das fortes taxas de crescimento apresentadas pela economia chinesa nos últimos tempos. Para 2003 estima-se que elas estarão acima dos 7,5%. Esse desenvolvimento tem atraído várias empresas suíças, que procuram alternativas para a atual estagnação do mercado interno.
Atualmente, mais de 250 empresas suíças estão atuando na China através de 600 representações locais, segundo dados do Departamento Federal de Economia (seco).
Após o Japão, a China é o parceiro comercial mais importante da Suíça no continente asiático. No ano passado, as exportações suíças para esse país passaram a casa dos dois bilhões de francos (US$ 1,5 bilhão) e as importações foram de 2,2 bilhões de francos (US$ 1,6 bilhões).
Em vinte anos, as empresas suíças investiram mais de quatro bilhões de francos (US$ 3 bi) na China. Há dez anos, elas empregavam quatro mil pessoas. Hoje são mais de 40 mil.
Em primeiro lugar: a Nestlé
O gigante do setor alimentício Nestlé está liderando na lista de investidores na China, onde ela tem 21 fábricas e emprega dez mil funcionários. No país, seu faturamento anual é de um bilhão de francos (US$ 766 milhões).
Quanto a ABB China, presente no país desde 1992, ela tem 17 fábricas, onde trabalham mais de 6.500 pessoas.
Entre os pioneiros suíços, destaca-se também a empresa Schindler que, em 1980, abriu duas filiais na China. Hoje já são cinco, onde trabalham dois mil funcionários.
Nesse sentido, Pascal Couchepin irá inaugurar o “Swiss Center” de Changai. Essa plataforma, colocada em funcionamento pela Câmara de Comércio de Friburgo, terá o objetivo de apoiar as pequenas e médias empresas suíças interessadas em investir no mercado chinês.
Melhorar o comércio exterior
As perspectivas de crescimento do mercado interior chinês parecem não ter limites. Por outro lado, a situação do comércio internacional poderia ser melhorada.
A China poderia abrigar 230 Suíças no seu território, porém o balanço comercial exterior do país foi de apenas 620 bilhões de dólares em 2002. Esse número é apenas três vezes maior ao realizado pela Suíça: US$ 190 bilhões no mesmo ano.
O embaixador chinês em Berna, Wu Chuanfu, está consciente desse potencial. Nas vésperas da visita de Pascal Couchepin, ele declarou que deseja um reforço das relações entre os dois países.
“O comércio entre os dois países não ocupa mais do que 1,6% do volume total do comércio exterior da Suíça”, constata Wu Chuanfu. “Existe ainda um grande potencial a ser explorado.
swissinfo com agências
– 600 empresas suíças atuam na China.
– elas empregam mais de 40 mil pessoas.
– exportações suíças para a China: 2 bilhões de francos suíços.
– importações da China para a Suíça: 2,2 bilhões de francos suíços.
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