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Lentidão e pressão política desafiam justiça suíça em crimes internacionais

Mesmo com promessas de priorizar casos de jurisdição universal, a Suíça ainda enfrenta críticas por avanços tímidos e longos períodos de inatividade em processos de crimes internacionais.

A Suíça, reconhecida internacionalmente por seu papel humanitário e pela tradição diplomática, continua sob escrutínio quando o assunto é a investigação de crimes internacionais. Desde que Stefan Blätter assumiu o cargo de procurador-geral em 2022, ele garantiu que esses casos passariam a ser prioridade. A promessa veio acompanhada de um discurso forte sobre a responsabilidade moral do país que viu nascer a Cruz Vermelha. Mas, na prática, o ritmo das investigações permanece lento.

Organizações independentes, como a TRIAL International, apontam pequenos avanços. Após anos sem informações, denúncias formais foram finalmente apresentadas em casos ligados à Argélia e à Síria. A condenação, em 2024, do ex-ministro do Interior da Gâmbia, Ousman Sonko, a 20 anos de prisão por crimes contra a humanidade reforça a percepção de que algo está se movendo. Ainda assim, permanece a crítica central: esses progressos são insuficientes diante da dimensão e da gravidade dos casos que aguardam desfecho.

Investigações sobre o saque de recursos naturais na Líbia e no Senegal, ambas iniciadas há anos, seguem sem atualizações públicas — o que alimenta suspeitas de interferência política e limita a capacidade da sociedade civil de fiscalizar o trabalho da Procuradoria-Geral. Para um país que busca manter credibilidade internacional e reforçar seu compromisso com os direitos humanos, a falta de transparência representa um desafio adicional. O debate agora é se a Suíça conseguirá equilibrar sua imagem global com a necessidade urgente de tornar sua justiça mais eficiente.

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