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Chefes ganharam ainda mais em 2004

Marcel Ospel: 21,3 milhões de francos de salários em 2004 para o executivo do UBS. Keystone

Com os bons resultados obtidos nas empresas, executivos suíços aumentam consideravelmente seus honorários.

O primeiro colocado na lista helvética de supersalários é Marcel Ospel, presidente do conselho de administração do UBS, cujo ordenado aumentou em 13% para 21,3 milhões de francos.

Ainda existem executivos humildes, inclusive nos Estados Unidos, o país da cobiça ilimitada. Steve Jobs recebeu no último ano operacional apenas um dólar. O co-fundador da Apple, que nos anos 90 retornou à direção da empresa de informática ainda em crise, é uma exceção. Em primeira linha, Jobs é responsável pela direção e detém apenas 1,23% das ações da Apple. Nos últimos tempos a bem-sucedida empresa fez sua fortuna aumentar para três bilhões de dólares.

Na Suíça o maior salário é de Marcel Ospel, presidente do conselho de administração do UBS. Graças aos bons resultados, ele aumentou seu ordenado em 13% de 18,8 milhões (2003) para 21,3 milhões de francos (2004). Em 2002 o executivo ainda ganhava 12,6 milhões de francos.

Em segundo lugar está Daniel Vasella, presidente da multinacional farmacêutica Novartis, que aumentou seu salário apenas de 19,5 para 20,8 milhões de francos. Em terceiro vem Franz Humer, presidente da Roche, que passou a receber de 15,9 a 16,5 milhões de francos.

Os salários em outras empresas helvéticas não chegam a encostar nesses patamares. Na Swisscom, o gigante de telecomunicação do país e cujas ações ainda estão em controle estatal, o executivo-chefe Jens Alder recebeu “apenas” 1,4 milhões em 2004. No ano retrasado seu salário ainda era de 1,5 milhões de francos.

O ordenado de vários chefes de empresa ainda não foi publicado. Dois dos mais fortes candidatos na lista de executivos bem pagos são o chefe da Nestlé Peter Brabeck e o diretor-presidente do Credit Suisse Oswald Grübel, cujos salários anuais devem estar pouco acima dos cinco milhões de francos.

Boas comissões no UBS

Outros pesos-pesados no ranking salarial são os membros da direção do UBS, como revela o balanço anual da empresa. Os dois membros (além de Ospel) do conselho de administração do banco, os sete membros da direção e dois executivos, que saíram no ano passado, receberam no total mais de 170 milhões de francos.

Stephan Hearinger e Alberto Togni como membros do conselho de administração, Peter Wuffli como diretor-presidente, Marcel Rohner como chefe do setor de administração de fortunas e investimentos, assim como outros membros da direção ganharam cada um, em média, 14,9 milhões de francos.

Uma grande parte do ordenado é pago na forma de ações ou abonos em dinheiro. Os salários básicos representam apenas uma pequena parte desse bolo. No caso de Ospel, este não passou de dois milhões de francos.

O nível salarial dos executivos suíços alcançou patamares americanos e já não tem a ver a tradicional cultura suíça do equilíbrio. A transparência, ou seja, a obrigação de publicar todos os dados relativos aos salários de executivos, não é o remédio para todos os males, como mostra o relatório extremamente transparente de doze páginas do UBS sobre o tema.

As leis mais rigorosas sobre a transparência, votadas recentemente no Parlamento suíço, não vão resolver o problema enquanto os acionistas, como proprietários de fato, não se rebelarem.

swissinfo, baseado em reportagem publicada no “Berner Zeitung”

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