Crossair herda Swissair e confusão
A Crossair, ex-subisidiária da falida Swissair - que recorreu a concordata dia 1° - devia assumir, no fim do mês, 2/3 as rotas da empresa mãe. Até lá os aviões de Swissair voariam. Nada disso aconteceu : cancelamento de vôos deixou na terça-feira 18 mil passageiros na mão e o governo suíço criticou os 2 bancos que compraram a Crossair... A confusão continua nos aeroportos.
Só na terça-feira, seria 18 mil o número de passageiros prejudicados com o cancelamento dos vôos da Swissair, resultante de falta de dinheiro até para pagar o querosene. Mas a avaliação é de que o prejuízo atinja 200 mil pessoas que compraram passagens da empresa.
Atitude incompreensível
Diante da confusão reinante nos aeroportos, depois do desastre previsível, mas precipitado da Swissair (que pediu concordata na segunda-feira 1/10), dois responsáveis foram apontados : os bancos UBS e Credit Suisse que compraram 70% da Crossair por 260 milhões de francos – uma pechincha, na avaliação de analistas.
Os dois bancos não liberaram a tempo os 250 milhões de francos – quase 150 milhões de dólares – que haviam prometido para o prosseguimento das atividades aéreas de Swissair. A conseqüência foi uma situação qualificada de caótica, principalmente no aeroporto internacional de Zurique, cidade-sede da empresa.
Governo suíço irritado
O governo suíço, pela voz de seus ministros dos Transportes (Moritz Leuenberger) e das Finanças (Karpar Villiger), considerou irresponsável a atitude dos bancos. Na opinião dos ministros, demorando a liberar a soma para manutenção dos vôos de Swissair, eles arranharam imagem da Suíça.
O ministro dos Transportes enfatizou em entrevista à TV suíça que os 2 grandes bancos deram golpe extremamente grave à economia suíça de modo geral. Para ele a manutenção dos vôos da Swissair até a retomada dos mesmos por Crossair era essencial para uma transição mais tranqüila. O ministro lembrou ainda que é fácil destruir uma imagem, mas extremamente difícil retocá-la.
Pior que Aeroflot
Em relação ao desastre de Swissair, o governo suíço falou de humilhação nacional. Para o jornal “Le Temps”, de Genebra, o termo não é forte. Lembra que a Swissair era “orgulho de gerações de suíços” que apreciavam “sua fiabilidade e sua qualidade”. Estima que a empresa soviética Aeroflot, “mesmo nos dias mais negros de sua história” não ficou em situação tão lamentável.
Banqueiros esnobam ministros
A irritação dos ministros explica-se ainda pelo fato de os banqueiros terem ignorado oferta do governo feita aos 2 bancos de fornecer 125 milhões de francos como ajuda de emergência à Swissair. Os ministros sentiram-se também humilhados por terem sido tratados, na opinião de um comentarista “como simples lacaios” pelos mesmos banqueiros, inacessíveis até por telefone.
A frota de 77 aeronaves da Swissair servia 200 destinos e 75 países. Com Crossair a frota será reduzida, os destinos serão diminuídos e redefinidos…
swissinfo com agências.
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