Empresas saem da Bolsa de Valores
Pequenas e médias empresas suíças que entraram na Bolsa na euforia dos anos 90 agora fazem tudo para sair.
O que foi uma vantagem passou a ser incoveniente mas, às vezes, é mais difícil sair do que entrar. A tendência mudou e os investidores agora preferem empresas menos dependentes.
“Eu também prefereria abandonar a Bolsa”, afirmava recentemente Nick Hayek Junior, diretor do Grupo Swatch, o maior da indústria relojoeira suíça.
95% do capital
Em entrevista ao jornal Tages Anzeiger, de Zurique, ele dava o exemplo da Rolex, uma das prestigiosas marcas do Grupo Swatch: “ninguém quer saber se o faturamento aumentou ou diminuiu 2% e a empresa pode trabalhar em paz”.
O Grupo dirigido por Hayek é grande demais para prescidir da Bolsa de Zurique mas muitas empresas médias suíças estão saindo. Isso nem sempre é fácil porque é preciso comprar pelo menos 95% das ações para deixar a Bolsa e os acionaistas nem sempre concordam.
A euforia das bolsas da década de 90 permitia acesso a capitais sem emprestar dos bancos, além de dar mais visibilidade às empresas.
“A atitude dos investidores mudou nos últimos dez anos”, afirma Rodolfo Pusterla, analista de mercados no Banco do Gotardo. “Agora eles preferem as empresas que crescem com financiamento próprio e não mais com aumento de capital.”
Investidores mudaram
O interesse diminuiu também porque os investidores tendem a ignorar as empresas médias. “Isso ocorre porque o volume de transação dessas ações é fraco e não atrai os investidores institucionais”, explica Pusterla.
Outra razão é que “poucos analistas trabalham com as empresas médias e isso também colabora para o fraco volume de transações”, afirma Mario Montagnani, do Banco Pictet de investimentos.
Nesse contexto, ficar fora da Bolsa tem suas vantagens. “Os procedimentos administrativos são simplificados e a presença em Bolsa exige uma transparência muito grande, o que reduz a vantagem competitiva de muitas empresas”, afirma o analista Rodolfo Pusterla.
swissinfo
– A Bolsa não o reflexo de toda a economia suíça
– Apenas 300 das 1.700 sociedades acionárias são cotadas na Bolsa suíça, em Zurique.
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