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Fortunas crescentes reavivam gosto pelo luxo

Quem não gosta de caviar e lagosta? imagepoint

As festas de final de ano em 2006 marcam um ano recorde para a indústria de produtos de luxo. O forte crescimento da economia suíça impulsionou a venda de artigos finos como relógios, caviar ou champanhe.

Apenas os produtores de charutos não estão muito felizes com o aumento das restrições ao fumo e as campanhas governamentais.

Para as lojas de produtos de luxo em Zurique e Genebra, as capitais financeiras da Suíça, as vendas de fim de ano estão marcando época.

Analistas econômicos acreditam que os lucros crescentes das empresas e a alta na bolsa de valores farão aumentar entre 10 e 30% os bônus pagos, em relação ao ano passado.

“Os resultados da metade do ano ficaram num patamar muito mais elevado do que no ano passado. Acreditamos que o balanço anual será surpreendente. Todos esses fatores explicam porque os bônus pagos pelas empresas serão bastante elevados”, avalia Andreas Venditti, analista do Banco Cantonal de Zurique.

Venditti não arrisca dar valores para 2006, mas a impressão geral é de que há muito dinheiro em circulação no mercado. “É claro, esse foi um ano fantástico para as empresas”, reforça o analista.

Um homem que, seguramente, está feliz com bonança é André Peier, diretor da empresa Caviar House & Prunier que, como o nome diz, vende as ovas de peixe mais caras do planeta.

Vendas em alta

O empresário revela que as vendas de caviar estão indo muito bem. Porém sua esperança é de que, entre o natal e o ano novo, elas cheguem ao seu patamar máximo, talvez 10% a mais do que no final de 2005.

“Em média o produto tem tido uma saída muito boa, porém na época natal a situação melhora ainda mais. O consumidor não costuma comprar caviar com muita antecedência, ao não ser para dá-lo de presente. O que posso dizer é que seguramente as pessoas estão gastando mais”, declara Peier.

Para ilustrar a situação, o empresário conta que a compra média de caviar por pessoa na loja do aeroporto de Zurique está na base de 90 a 110 francos (US$ 74 e 91).

Pela dificuldade de garantir a qualidade de ovas salgadas de esturjão do Mar Cáspio, a maior parte do produto vendido pela empresa vem das suas fazendas de criação de peixes na França.

Deste produto, a lata de 125 gramas do caviar Prunier Tradition está custando 427 francos (US$ 350). A de 125 gramas do caviar Prunier Paris é mais cara: 710 francos (US$ 583).

Aproveitando o momento, a Caviar House & Prunier lançou uma edição especial de presente. A embalagem foi desenhada pelo estilista francês Yves St Laurent. O pacote contém uma lata de 250 gramas de caviar, um CD de músicas de amor, poemas impressos, um cartão e também um livro sobre o caviar. Tudo por apenas 1.100 francos suíços (US$ 977).

Marcas de luxo

Jacques Louviot, diretor da loja de produtos finos Globus, em Genebra, conta que a demanda pelas marcas e produtos de luxo cresceu de forma significativa no ano passado e não tem dado sinais de esmorecer.

“Tivemos grande aumento nas vendas de comidas finas como salmão, trufas e fígado de ganso. Eu acredito que o crescimento da economia renovou o apetite das pessoas pelas boas coisas da vida. E eu vejo isso não apenas nos grandes salários, mas também nos jovens que aparecem nas nossas lojas para comprar caviar ou garrafas de champanhe”, conta.

Como noticia o jornal suíço Blick, a filial da Globus em Zurique irá vender 20% a mais de champanhe e vinhos finos do que em 2005, que já havia sido um ano recorde.

Porém enquanto alguns comerciantes dançam ao som das caixas registradoras, outros não têm muito motivo para alegria.

Max Kälin, diretor da companhia de charutos A Durr & Co, de Zurique, conta que suas vendas estão estagnadas e que há poucos motivos para comemorar.

“Até agora não tive a impressão de estar vendendo mais charutos. Nosso negócio está ficando cada vez mais difícil, sobretudo pela dificuldade crescente de fumar em lugares públicos na Suíça. Obviamente as novas leis estão dificultando nosso trabalho”, lamenta.

swissinfo, Adam Beaumont

A economia suíça cresce nas maiores taxas desde o ano 2000.
No início de dezembro o Banco Central da Suíça aumentou as taxas de juros em 25 pontos básicos para o quarto trimestre.
O medo dos economistas do banco é de que a rápida expansão econômica possa provocar aumento da inflação.

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