“Não” dinamarquês ao euro reforça prudência suíça

A Suíça tem mais um argumento para manifestar prudência em relação à União Européia com o voto, quinta-feira, da Dinamarca, onde os eleitores rejeitaram a adoção do euro, a nova moeda da UE. É o que opinam analistas suíços na sexta-feira, 29/9.

A Dinamarca decidiu em referendo nacional ficar fora do sistema de moeda única européia, rejeitando o euro, já adotado por 12 países da União. (Grã-Bretanha e Suécia adiaram adesão ao sistema).

O voto dinamarquês veio dar novos argumentos aos que receiam que a Suíça seja por assim dizer diluída nas engrenagens da União Européia em que Alemanha e França costumam impor o ritmo.

Na Suíça, há praticamente um empate entre partidários e adversários da adesão do país à UE. Por isso mesmo o governo mostra muita precaução. O chefe da diplomacia suíça, o ministro Joseph Deiss, repetia sexta-feira, 29/8, nas colunas do jornal Tages Anzeiger (Zurique) que “a Suíça não está pronta para a adesão”.

O ministro da Economia, Pascal Couchepin, acha ser necessária uma “moratória de 7 a 8 anos” antes de qualquer negociação sobre ingresso na UE.

Para o governo no momento a adesão não passa de “um fim estratégico”, embora sondagem publicada quinta-feira, 28/9, pelo “Reader’s Digest” revele que 50 por cento dos suíços são favoráveis à entrada do país na União Européia e 41 por cento contra. (Nove por cento continuam indecisos).

O jornal Le Matin, de Lausanne, na sua edição de sexta-feira estima que “os dinamarqueses finalmente sancionaram uma falta de visão clara sobre o futuro da União Européia, rejeitando o euro”.

Segundo o jornal Le Temps, de Genebra, a União Européia se divide entre “uma eurolândia continental, majoritariamente latina e católica” e uma “Europa do Norte, protestante, comerciante, e partidária da livre troca mas refratária a toda integração política. A Alemanha seria uma espécie de dobradiça entre esses dois mundos.

A Suíça se sentiria mais próxima da Europa do Norte.

swissinfo com agências.