Não, não e não
O ouro do Banco Central não vai servir para financiar a Fundação Solidariedade nem aposentadoria mínima. Os eleitores rejeitaram projetos do governo e da oposição que pretendiam dividir parte das reservas do BC.
Os eleitores também rejeitaram a privatização do setor de energia elétrica.
A Suíça é um dos raros países onde o povo pode votar contra o governo, o Parlamento e a oposição. Foi o caso no final de semana.
Ouro fica onde está
Os suíços rejeitaram as idéias do mundo político no final de semana. O governo queria financiar a Fundação Solidariedade, um projeto populista, com parte das reservas de ouro do Banco Central. O povo rejeitou-o por 51,8%.
Um partido nacionalista de oposição (UDC) queria que o ouro fosse para a aposentadoria mínima obrigatória (AVS). Os eleitores o rejeitaram por 51,4%.
Os eleitores suíços também não querem a liberalização do setor elétrico. 52,6 % votaram contra.
Até alguns anos atrás, o ouro ainda servia, legalmente, de lastro para o franco suíço, moeda nacional. Como não é mais o caso, parte das reservas foram vendidas. Outra parte, 1,3 toneladas, foi reservada para um projeto político: criar uma Fundação de apoio a projetos sociais na Suíça e no exterior.
Aposentadoria
No câmbio atual, isso corresponderia a 20 bilhões de francos mas a idéia da Fundação surgiu, anos atrás, no momento da pressão política das organizações israelistas sobre os bancos suíços devido as contas inativas de judeus nos bancos suíços durante a Segunda Guerra Mundial.
Os bancos pagaram as indenizações e, neste final de semana, os eleitores parecem rejeitaram o projeto da Fundação Solidária que surgiu no mesmo contexto.
Cuidado com a eletricidade
Rejeitaram também outro projeto, igualmente oportunista, da UDC, partido nacionalista em ascenção, que queria atribuir os 20 bilhões à aposentadoria mínima obrigatória.
Outro resultado das urnas que demonstra a complexidade da opinião pública na Suíça é o da privatização do setor de energia elétrica. Governo e principais partidos conservadores e liberais defenderam o liberalização mas a maioria dos suíços votou contra.
swissinfo com agências
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