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Nestlé adere à campanha contra a fome

Presidente Lula recebeu Peter Brabeck em Brasília swissinfo.ch

O presidente mundial da Nestlé, Peter Brabeck, foi pessoalmente a Brasilia anunciar ao presidente Lula a participação da empresa no programa fome zero.

A multinacional com sede na Suíça prometeu mil toneladas de alimentos e a criação de 2 mil empregos para jovens.

A multinacional suíça é a primeira grande empresa a responder presente ao apelo do presidente Lula à solidariedade. A filial brasileira comprometeu-se a doar mil toneladas de alimentos à Pastoral da Criança, uma das Ongs mais ativas do Brasil, e a criar 2 mil empregos para jovens no setor da nutrição, a pedido do presidente Lula.

Iniciativa “positiva”

Para Ivan Zurita, presidente da Nestlé do Brasil, é natural que as grandes empresas sejam “sensibilizadas” por essa urgência social. Mais de 20 milhões de dólares serão doados este ano ao Fome Zero, ou seja, 10% dos investimentos previstos pela Nestlé no Brasil.

“É uma iniciativa muito importante, muito positiva, e esperamos que isso vai mudar o Brasil”, afirma o rabino David Weitman, diretor da organização caritativa Ten Yad.

As instituições financeiras multilaterais também aplaude a iniciativa. “É uma boa idéia”, segundo Peter Woicke, presidente da Sociedade Financeira Internacional, braço privado do Banco Mundial. “Mas o mais importante é que a Nestlé se envolva com as comunidades locais”.

Educação alimentar

Aderir ao Fome Zero não é a primeira iniciativa da Nestlé. Há mais de três anos, fincionários da filial brasileira fazem um trabalho voluntário de educação alimentar com mães de famílias de baixa renda. Mais de 70 mil crianças são beneficiadas por uma alimentação mais equilibrada.

“Esse programa é excelente e a contribuição da Nestlé ao Fome Zero bem-vinda”, afirma Fernanda Ribas, porta-voz do Ethos, um instituto privado de estímulo aos projetos de responsabilidade social de empresas.

Certas dúvidas

A contribuição da empresa suíça suscita dúvidas de algumas Ongs. Ruth Goldberg, da associação Comunitas, se diz “preocupada” com esse elo de generosidade. “Gostaríamos de saber um pouco mais”, afirma.

Outros críticos lembrar que a Nestlé tem grandes interesses no Brasil. A controvertida compra da chocolates Garoto, por exemplo, está sendo examinada pelos órgãos oficiais de defesa da concorrência.

swissinfo, Tierry Ogier, Brasília

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