
Os e-mails que dificultam a vida

Reunidos em Genebra, representantes de sessenta países buscam formas de combate à epidemia de e-mails indesejados – spams – na internet.
Na Suíça governo pretende criar uma lei para proteger os usuários da rede eletrônica. Mais de 80% dos e-mails são “spam”.
Todo usuário da internet conhece esse problema: abrir a caixa-postal eletrônica e descobri-la repleta de ofertas de produtos para prolongar o pênis, crédito barato ou negócios milionários. Muitos se perguntam como o endereço chegou nas mãos dessas empresas. Elas são responsáveis pela praga dos “spam”, os e-mails indesejados.
“Spamming”, como é conhecida essa prática nos Estados Unidos, não apenas é propaganda, mas também serve para transportar vírus, programas de espionagem e troianos.
Na Europa essa prática não se limita apenas à internet. Também os serviços de mensagem eletrônica por celular, os chamados “sms e mms”, são cada vez mais utilizados. Para as prestadoras, o spam é um das quatro maiores ameaças para a indústria do celular. Calcula-se que 65% dos usuários recebam mais de cinco spams por semana.
Custos elevados
Os e-mails indesejados provocam mundialmente custos avaliados em 30 bilhões de dólares por ano. Neste estão incluídos o tempo perdido para esvaziar as caixas-postais, a instalação de filtros especiais e o trabalho dos servidores.
Na administração pública suíça, calcula-se que a proteção e eliminação de spams provoquem despesas anuais acima dos dois milhões de francos.
Perigo para a internet
De acordo com a União Internacional das Telecomunicações (UIT), mais de 85% dos e-mails enviados são “spams”. Há um ano eles eram apenas 35%. Muitos especialistas já vislumbram o fim do correio eletrônico, incluindo também novas tecnologias como o recebimento de e-mails em unidades móveis (celulares e laptops).
A organização internacional com sede em Genebra pretende resolver esse problema em dois anos. O encontro na Suíça, onde estão presentes representantes de 60 países, incluindo a Suíça, procura soluções jurídicas e técnicas. Primeiramente os usuários devem ser informados sobre as formas atuais de combater a epidemia eletrônica.
OIT que tratado internacional
No final da conferência, a OIT pretende apresentar um esboço de tratado internacional. Nela prevê-se que os governos terão um conjunto de leis que irá permitir penalizar os servidores de internet, por onde trafegam os bilhões de spams enviados diariamente.
Uma cooperação internacional entre os países também deverá permitir criar listas de empresas e pessoas que enviam spams ou os chamados “phishing”. Estes são mensagens eletrônicas que imitam as enviadas por bancos ou empresas de cartão de crédito, mas que servem para roubar os códigos de acesso para possível abuso.
A lista irá facilitar a penalização nos países de origem das mensagens.
Nova lei na Suíça
O governo suíço trabalha atualmente na criação de uma nova lei anti-spam, que será incluída na revisão das leis de telecomunicação.
Porém deve entrar apenas a partir de 2005 em vigor, pois a revisão inclui outros temas complexos como o monopólio das linhas fixas da Swisscom, a antiga estatal suíça de telecomunicação.
“Seguramente a Suíça não pode combater sozinha o problema, porém esse é um início”, explica Roberto Rivola, porta-voz do Departamento Federal de Comunicação. “O mais importante agora é a cooperação internacional”.
swissinfo com agências
Os spams costumam propor os seguintes negócios:
1- venda de medicamentos(29,53%)
2- hipotecas (9,68%)
3- prolongamento do pênis (7,05%)
4- venda de produtos (6,86%)
Eles vêm dos seguintes países:
1- EUA (55,69%)
2- Coréia do Sul (10,2%)
3- China (6,6%)
4- Brasil(3,35%)
fonte: Commtouch

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