Poder aquisitivo cai na Suíça
Os melhores salários brutos da Europa são pagos na Suíça. No entanto, o poder aquisitivo dos suíços caiu do 4° para o 7° lugar, em dois anos.
Estudo comparativo feito pela Secretaria Federal de Estatísticas (OFS) indica ainda que a Suíça tem a segunda maior taxa de ocupação da população ativa, atrás da Islândia.
Os suíços são campeões do trabalho e dos salários brutos na Europa mas não do poder aquisitivo. É o que se pode concluir do estudo “O mercado de trabalho em comparação internacional”, divulgado quarta-feira (11.07) pela Secretaria Federal de Estatísticas (OFS), órgão oficial do governo suíço.
A comparação foi feita em toda a Europa para os setores secundário (indústria) e terciário (serviços). No cálculo do poder aquisitivo foram consideradas as diferenças de salários e preços entre os países.
O salário bruto médio anual de quem trabalha em tempo integral é de 50 mil euros, na Suíça, o mais alto da Europa. Em segundo lugar estão Noroega, Dinamarca e Reino Unido com pouco mais de 40 mil euros, seguidos de perto pela Alemanha. Na França e Aústria, a média cai para 30 mil euros anuais e na Itália é de 21 mil, sempre em salários brutos.
Quanto ao poder aquisitivo dos salários, os suíços estão em 7° lugar, atrás, pela ordem, da Alemanha, Luxemburgo, Reino Unido, Holanda, Bélgica e Dinamarca. Dois anos atrás, a Suíça estava em 4° lugar m poder aquisitivo.
A diferença entre o maior salário bruto na Suíça e o sétimo lugar em poder aquisitivo provém de uma evolução menos favorável dos salários e dos preços, nos últimos anos.
Prova disso, com a retomada do crescimento econômico, os sindicatos preparam-se a reinvindicar aumentos salariais.
Portugal aparece em último lugar da UE-15 em salários (13 mil euros) e em poder aquisitivo.
Suíços trabalham mais tempo
O estudo compara também a taxa de atividade entre os países da União Européia (UE) e os países da Associação Européia de Livre Comércio (AELE), da qual a Suíça é membro.
A taxa média de atividade nos 15 países membros mais antigos da UE é de 70%. Na Islândia (também membro da AELE) é de 87,6% e na Suíça de 81,2%.
“Os suíços entram mais cedo no mercado de trabalho, devido o sistema de formação, e saem mais tarde, devido o sistema de aposentadoria”, explica Enrico Moresi, co-autor do estudo da OFS.
Disparidades
De maneira geral, as taxas de atividade são mais altas no norte da Europa e mais baixas no sul e dez novos membros da UE.
Islândia, Noroega, Suécia, Dinamarca e Finlândia têm taxas similares à Suíça. Alemanha, Áustria e França têm taxas de 72,1%, 71,6% e 69,4% respectivamente.
É bom notar que a taxa de atividade inclui o desemprego, que é menor na Suíça, Holanda e Luxemburgo (4%) e muito maior em outros países da UE (10% ou ainda mais).
Trabalho parcial
Em comparação européia, a Suíça distingue-se também pela taxa de pessoas que trabalham a tempo parcial. Com 31,5% a Suíça está em segundo lugar, depois da Holanda (45%). A média na UE-15 é de 18,9%.
A proporção de mulheres que trabalham a tempo parcial é de 56,5% na Suíça e de 18,6% na UE-15 e na AELE. Para os homens, não há grandes diferenças.
A estrutura do mercado de trabalho explica parte do fenômeno. “A maior parte dos empregos a tempo parcial estão no setor terciário, um setor forte na Suíça”, explica Enrico Moresi.
swissinfo
– Taxa de atividade: relação entre o número de pessoas presentes no mercado de trabalho (ativos e desempregados) e a população total entre 15 e 64 anos.
– Na Suíça, a taxa de atividade é de 81,2%, ou seja, 8 em cada 10 suíços, em idade de trabalhar, estão na vida ativa.
Salário bruto médial anual na Suíça: 50 mil euros, o maior da Europa.
Poder aquisitivo na Suíça: 7° lugar em 2002; 4° lugar em 2000.
Taxa de atividade na Suíça: 81,2%, segunda maior da Europa.
31,5% na Suíça trabalham a tempo parcial.
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