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Propostas para retomar confiança

O caso da WorldCom tabém suscita dúvidas na Suíça Keystone

Os escândalos de manipulação de balanços de grandes empresas se sucedem: Enron, WorldCom, Xerox mas também Swissair e outras. Especialistas suíços propõem soluções, inclusive colocar os manipuladores na cadeia.

Depois que a gigante das telecomunicações WordCom confessou irregularidades em seu balanço de 4 bilhões de dólares esta semana, o Wall Street Journal, sexta-feira, 28/6, revelou que a Xerox teria estimado seus lucros muito acima da realidade.

Anteriormente houve o caso similar da Enron, também nos EUA.Com a dúvida dos investidores, os juros tendem a subir e fica mais difícil financiar o crescimento econômico.

Ao mesmo tempo, perdendo nas Bollsas , fica difícil atingir os objetivos e as empresas tendem a despedir pessoal para cortar custos, com reflexos em toda a economia.

Na Suíça também

A falsificação de balanços não ocorre somente em algumas empresas norte-americanas. Na Suíça, os examinadores da concordata do SairGroup, em que a empresa mais conhecida era a Swissair, revelaram à assembléia de credores novos dados que corroboram a tese da manipulação das contas.

Há outros casos suspeitos em companhias suíças como o da Think Tools e o da Miracle. “Na Suíça também há muita coisa a acertar”, afirma o prof. Giorgio Behr, da Universidade de Saint-Gallen, uma das mais reputadas em Economia e Administração.

“Precisa mudar a lei e a atitude em relação aos executivos e aos revisores de contas », acrescenta Behr. Na Suíça, o contrôle é feito em vários níveis mas é a própria Bolsa (SMX) , através de seu sistema de admissão, que dita as regras de cotação e controla sua aplicação.

Penas de prisão

No entanto, o porta-voz da Bolsa, Leo Hug, afirma que todos os regulamentos “não podem evitar irregularidades, se as pessoas não os respeitam”.

A segunda instância de controle é a Comissão Federal de Bancos (CFB), que supervisiona vários quase todo o setor financiero, inclusive a Bolsa. “Acho que as regras atuais são suficientes, o importante é aplicá-las, afirma Franz Stirnimann, vice-diretor da CFB.

O consultor independente François Savary, também acha as regras suficientes mas que « a única maneira de resolver o problema é condenar os manipuladores a penas de prisão”.

Maior credibilidade

O prof. Behr, de St-Gallen, afirma que na Suíça “falta uma autoridade de controle (como nos EUA e na França) com critérios muito severos e sanções muito mais duras”. Atualmente, afirma, “a Bolsa suíça não tem condições de agir rápido” em casos delicados.

A Suíça tentará brevemente reforçar o contrôle do mercado financeiro. Um grupo de especialistas, com mandato do Ministério as Finanças, estuda a questão e fará um relatório até o final do ano.

A intenção é alterar a legislação.A Comissão Federal de Bancos (CFB) também quer reforçar o controle e dispor de sanções mais eficaces como a publicação dos resultados das investigações e o confisco de bens ganhos ilegalmente, o que a tornaria mais credível.


swissinfo/Pierre Gobet

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