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Reações dissonantes sobre resgate de Swissair

Jornais suíços questionam a viabilidade da nova Crossair Keystone Archive

Na Suíça, o setor público e privado decidiram investir 4 bilhões e meio de francos para criar nova empresa nacional nas cinzas de Swissair. A reação da imprensa vai do elogio à crítica feroz.

O jornal BLICK, de Zurique, descreve o plano de resgate como uma “obra-prima” do ministro das Finanças, Kaspar Villiger. Se a Suíça ainda tem uma nova companhia aérea nacional é “graças a uma histórica demonstração de força pelos políticos e a comunidade de negócios”.

O jornal lembra que Villiger trabalhou durante semanas para conseguir um resultado que, segundo destacou o próprio ministro, na Suíça leva de 7 a 8 anos.

O TAGES ANZEIGER, de Zurique, qualifica de certa a decisão de apoiar uma companhia de aviação intercontinental com bandeira suíça. Num momento de difícil retomada da economia, “políticos e empresários desejam enfrentar juntos a crise. Isto é, antes de mais nada, um sucesso para o país. Essa parceria pode representar decisiva vantagem para a Suíça em momento em que o país enfrenta desafios”.

Questionamentos

O NEUE ZURCHER ZEITUNG, também de Zurique, estima que não há motivo de euforia com a decisão de segunda-feira. E escreve: “Pode-se indagar ao governo se é seu dever salvar com dinheiro do contribuinte uma empresa cuja gestão fracassou tão estrondosamente”. E questiona ainda se a nova companhia tem real chance de sobreviver no contexto atual da aviação civil mundial

O jornal LE TEMPS, de Genebra, lembra que em 3 semanas, o setor público a parte do governo que era inicialmente de 125 milhões de francos (passou a 450 milhões para manter vôos da Swissair até dia 28) e chegou a mais de 2 bilhões, incluindo agora a participação dos cantões, ou seja as administrações regionais.

O governo, destaca o diário, invocou “urgência e estado de necessidade”, mas realça: “As chances de (continuar a existir) são mínimas e os riscos (de desastre) consideráveis”, acrescentando ainda não se saber se é possível “a fusão entre duas irmãs inimigas, Crossair e Swissair”.

Outros jornais alfinetam…

O jornal LA LIBERTÉ, de Friburgo, critica severamente a decisão: “O projeto Fênix de uma Crossair mais ampla, criada nas cinzas da infeliz Swissair, é uma loucura. É um perigoso lance de pôquer e o dinheiro dos contribuintes seria despendido melhor do que numa improvável aposta sobre o futuro”.

O jornal friburguense reflete a tônica geral dos jornais da Suíça de expressão francesa. A região ainda não perdoou a decisão de Swissair de retirar vários vôos internacionais de Genebra para concentrá-los em Zurique.

O diário DER BUND, de Berna, estima que, uma vez tomada a decisão, é preciso olhar para frente e não pensar somente em riscos: “Agora se trata de concentrar-se numa fase de construção. A nova companhia também tem chances e não se deve perdê-las.

swissinfo

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