Semana começa negra
O céu começa a se escurecer sobre o paraíso suíço: pesos-pesados como Swiss, Credit Suisse, Clariant, Roche e Swiss Re anunciam prejuízos recordes e cortes de emprego.
Só na terça-feira, empresas revelam que precisam suprimir 3650 funcionários para conseguir sobreviver à tempestade nos mercados.
As manchetes de jornais suíços na manhã de quarta-feira não poderiam ser piores para os leitores, já atordoados com a chuva de más notícias e o medo de uma guerra iminente. “Dia negro para a economia” anuncia o “Tagesanzeiger” de Zurique. “Catastrófico” publica em negro o “Le Matin”. “3950 empregos destruídos” destaca o “24 Heures. “Dia negro para o mercado” ressalta o “Der Bund”.
Chuva de más notícias
Ontem foi o dia em que três grandes empresas anunciaram seus resultados anuais para os acionistas: o Credit Suisse e sua coligada, a Winterthur Seguros; a Clariant e a Swiss.
O Credit Suisse, o segundo maior banco do país, revelou que teve, em 2002, um prejuízo recorde de US$ 2,43 billhões, sendo que uma grande parte deve-se às perdas nos EUA e também à coligada Winterthur Seguros. Segundo seus diretores, o prejuízo foi causado por atividades arriscadas em 1999. “Nessa época nós vivemos uma espécie de cassino”, revela John Mack, co-presidente da empresa. Para recuperar sua saúde econômica, o Credit Suisse irá cortar 1.250 empregos.
Pouso forçado para a Swiss
O orgulho aéreo da Suíça também não trouxe boas notícias ao mercado. Na coletiva de imprensa de terça-feira, o presidente André Dose anunciou o corte de 700 empregos, diversas linhas e uma redução de 20 aviões da frota, que passará a ser de 104 aviões.
A empresa justifica as medidas de economia através da enorme queda no preço geral das passagens aéreas, no aumento dos custos e taxas e, finalmente, na pouca disposição de viajar do passageiro, fenômeno vivido por muitas companhias aéreas no mundo.
Química e seguros em crise
Também uma empresa suíça do setor químico anunciou ontem medidas de contenção de despesas: Clariant, um gigante no setor, com vendas anuais na ordem de US$ 7,2 bilhões, irá cortar 1.700 dos 28.000 empregos e pedir um empréstimo de 442 milhões de dólares para aumentar o capital circulante. A empresa se endividou através da compra, em 1999, por US$ 2,1 bilhões, a empresa química inglesa BTP.
Outra gigante do sertor químico é a Roche, que revelou hoje ter tido prejuízos de US$ 2,97 bilhões em 2002. A degradação está ligada a queda nas bolsas de valores e também a fatores “especiais”, como a venda da divisão de vitaminas e processos judiciais perdidos, como foi o caso da filial “Genentech” nos Estados Unidos.
swissinfo com agências
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