Suíça entra na briga do aço

Pela primeira vez, a Suíça recorre ao órgão de solução de controversias da OMC. Depois da UE, Coréia do Sul, Japão e Brasil, a Suíça também contesta a legalidade das medidas protecionistas americanas.
Em comum acordo com a Noroega, a Suíça pediu segunda-feira (03/6) a nomeação de um grupo de especialistas para avaliar a legalidade das sobretaxas sobre as importações de aço, adotadas pelos Estados Unidos em 20 de março, para proteger a siderurgia americana.
Sobretaxa ou medidas compensatórias
O pedido da Suíça será examinado dia 14 de junho mas é possível que posteriormente as queixas sejam agrupadas já que a União Européia, Coréia do Sul, Japão e Brasil também solicitaram o órgão de solução de controvérsias da OMC pela mesma razão.
Se as queixas forem julgadas procedentes, será instaurado um painel, que terá 15 meses para decidir se as sobretaxas americanas violam as regras da OMC. Se for decidido que sim, os Estados Unidos terão de suprimi-las ou aceitar medidas compensatórias.
Diplomacia paralela
O volume das exportações de aço suíço para os Estados Unidos é modesto (20 milhões de francos por ano). As sobretaxas equivalem a cerca de 80 mil francos, afirma Luzius Wasescha, representante suíço para os acordos comerciais.
Uma dezena de empresas suíças exportam ligas especiais principalmente para o setor automobilístico e a indústria de máquinas.
Paralelamente, Berna tenta convencer a administração americana a retirar esses produtos da lista submetida à sobretaxa.
Pode ser o contexto
Segundo Wasescha, a Suíça não está muito preocupada com as medidas adotadas recentemente pelos EUA para a agricultura e a siderurgia. Ele também acha “prematuro” falar de política protecionista de Washington.
“O presidente americano quer obter o acordo do Congresso para ter maior margem de negociação de acordos comerciais, por isso fez concessões à agricultura e à siderurgia. E não se pode esquecer das eleições legislativas de novembro”, lembra o representante do governo suíço.
swissinfo/Frédéric Burnand

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