Suíça tenta definir nova Crossair
Montar uma companhia aérea intercontinental para substituir a falida Swissair é tarefa mais complicada que prevista. Governo quer que o setor privado entre com maior parte do capital.
A novela Swissair dura desde o início do ano quando começaram a aparecer problemas resultantes de uma estratégia que deu errado: investimentos em empresas aéreas estrangeiras do ramo em situação financeira pouco fiável.
Golpe de misericórdia
Há ainda seis meses, o ex-patrão de Swissair, Mario Corti, garantia que a companhia suíça era viável. Os acontecimentos se precipitaram em setembro, e os atentados terroristas nos Estados Unidos, acabaram tornando-se um golpe de misericórdia para a Swissair.
A falência veio no início do mês, deixando na mão milhares de passageiros e inquietos 70 mil empregados.
Na quinta-feira, 18/10, porta-voz do grupo disse que “cartas de despedida eram enviadas todos os dias aos empregados da empresa”. E em Berna,representantes deles depositaram petição com 30 mil assinaturas reclamando salvação de Swissair.
Salvar uma companhia nacional
O pedido vai ao encontro de preocupação do governo suíço de manter proposta recente visando transferir a Crossair 52 vôos de Swissair, médios e longos, no sentido de conservar uma empresa nacional, considerada importante por razões de imagem do país e por razões econômicas.
O ministro suíço dos Transportes, Moritz Leuenberger, lembrou na quarta-feira que o governo suíço tem grande interesse em manter rotas aéreas intercontinentais. Mas exige que o setor privado entre com a maior parte do capital necessário. Realçou que a suspensão desses vôos prejudicaria a Suíça, representando perigo para empresas do grupo Swissair que vão bem e criando milhares de desempregos.
Custos elevados
Inicialmente os bancos ofereceram 1.35 bilhões de francos no sentido de transformar Crossair em empresa aérea intercontinental. Dia 14, o diretor de Crossair, André Dose, disse que seria necessário suplemento de 2.5 a 3.2 bilhões. Mas na administração federal estima-se que os custos sejam bem mais elevados.
Além dos meios econômicos, o governo suíço exerce pressão para que os Cantões (estados) participem na criação de uma nova companhia nacional. Espera-se particular participação de Zurique e Genebra, cidades onde se encontram os 2 aeroportos mais importantes do país.
A dança dos negociadores
Enquanto isso devem continuar nos próximos dias as negociações. Mas já se estima que o fim do suspense pode acontecer segunda-feira, dia 22/10.
Mas não será ainda o fim da novela Swissair.
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