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Swissair renasce das cinzas

Enterrada Swissair, nasce Crossair Plus swissinfo.ch

Na Suíça, o governo e o setor privado aceitaram plano de financiamento de nova companhia intercontinental de aviação, com base na Crossair e com despojos da falida Swissair.

A Suíça manterá uma companhia aérea nacional e seus vôos intercontinentais. Com a falida Swissair, surge «Crossair Plus», que recebe uma revigorante injeção de capital.

Setor público entra com 38% do capital

Serão mantidos 37 dos 48 vôos intercontinentais (inclusive Zurique-São Paulo-Rio de Janeiro) com a decisão de conservar o projeto 26/26 : 26 rotas longas e 26 curtas.

134 aviões, incluindo as 82 de Crossair e despojos de Swissair, devem garantir ao todo 112 destinos para 59 países.

Nesse plano de salvação de Swissair, o setor público entra com 38% do capital : 20% do governo federal e 18 dos Cantões (Estados). O setor privado entra com 62%. O UBS, o maior banco do país participa com 10%. O capital terá aumento de 2.7 bilhões.

A fatura do setor público será de 1.6 bilhão de francos (incluídos os 450 milhões já investidos para garantir os vôos de Swissair até dia 28 e 600 milhões dos cantões). A soma investida agora visa garantir manutenção dos vôos até até abril.

“Melhor solução possível”

Para o governo, a solução encontrada é a melhor possível. Preserva os interesses econômicos do país e causa «apenas» supressão de 10 mil empregos (dos quais 5 mil na Suíça). Uma «solução zero» – com abandono simples da falida Swissair – acarretaria perda de 27 mil empregos.

Integração em grande aliança seria inevitável

O especialista francês em aviação, Pierre Condom, estima que a vida de Crossair (Crossair Plus) será efêmera. Até porque dentro de 2 a 3 anos existiriam apenas 4, ou no máximo 5, grandes empresas aéreas européias : Air France, Lufthansa, British Airways, e talvez Iberia ou Alitalia.

Ele prevê em seguida uma integração em grandes alianças internacionais , norte-americanas e asiáticas…

Lembrou também que a União Européia aceitará intervenção do Estado em reestruturação da empresa apenas uma vez !

Rota Zurique-S.Paulo-Rio não é rentável

O projeto « Crossair Plus » envolve retomada de 37 rotas intercontinentais, mais ou menos rentáveis. Das 37, apenas 7 dariam lucros. Três norte-americanas (Boston, Los Angeles e Nova York) ; três asiáticas (Bancoque, Tóquio e Bombaim) e uma afriana (Joanesburgo).

São Paulo e Rio de Janeiro são pouco rentáveis, mas teriam bom potencial de desenvolvimento, pois a Suíça tem muitos interesses econômicos no Brasil onde cerca de 250 empresas suíças estão implantadas.

Embraer sofre conseqüências da situação

Embraer segue naturalmente de perto a evolução dos acontecimentos. Até porque Crossair se comprometeu com aquisição bilionária de aparelhos fabricados pela empresa brasileira.

A compra de 30 aparelhos ERJ-170 (70 lugares), 30 ERJ-190-200 (108 lugares) e 25 ERJ-145 (49 lugares) dos quais 18 já foram entregues representam fatura de 3.4 bilhões de francos.

O que está em comprometido – como assinalou, no domingo, o jornal « dimanche.ch », publicado em Genebra – são 118 aeronaves dos três modelos, no valor de 4.2 bilhões de francos.

Acontece que parte da soma devia sair de venda dos atuais aparelhos de Crossair (Saab, Concordino e Jumbolino), mas aviões de segunda mão estão desvalorizados.

swissinfo

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