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Godard defende Suíça em Cannes

Jean-Luc Godard em Cannes, seis anos atrás Keystone Archive

Muita expectativa em torno do 54° festival internacional de Cannes, de 9 a 20 de maio. Por ex., sobre o novo filme de Jean-Luc Godard que concorre à palma de ouro pela Suíça com "Eloge de l'amour". Portugal traz Manoel de Oliveira com "Je rentre à la Maison". Apenas um curta-metragem representa o Brasil em mostra paralela...

O mais famoso festival de cinema , em Cannes, sul da França, reservou para a prestigiosa noite de abertura “Moulin Rouge”, do cineasta australiano Baz Luhrmann, ambientado na Paris do século 19 e considerado um “musical elirante”, com muito cancã.

Vinte e três filmes de cineastas famosos ou iniciantes disputam um prêmio na competição oficial em que 11 países estão representados.

Ao lado de celebridades como os 2 irmãos norte-americanos Joel e Ethan Coen (com The man who wasn’t there), Ermano Olmi, o da “Arvore dos Tamancos” de 1978 (com “Il mestiere delle armi”), dois “novatos” Marc Racha pela Espanha e Danis Tanovic pela Bósnia.

A Suíça espera recuperar um pouco em cinema o renome de que gozara nos anos 70 (com cineastas como Claude Goretta e Alain Tanner). Tem como representante o conhecido “experimentador” Jean-Luc Godard, concorrendo com “Eloge de l’amour (elogio do amor).

J-L Godard continua sendo uma vedete do cinema mundial porque, segundo o conhecido critico suíço Freddy Buache, ele “é capaz em qualquer momento de provocar choques”. E vê indícios de que “Eloge de l’amour” possa levar um prêmio “a palma de ouro não ficando, evidentemente, excluída”.

A Suíça participa também co-produzindo “Roberto Succo” do francês Cédric Kahn. Está igualmente orgulhosa pelo fato de o filme norte-americano “The Pledge” – assinado por Sean Penn em que o protagonista é Jack Nicholson – ser inspirado em “A Promessa”, do renomado escritor suíço, Friedrich Dürrenmatt.

No que diz respeito às obras em competição, deverá ser um acontecimento em Cannes a projeção de “Shreck”, primeiro “filme animado”, qualificado de “delirante”, que utiliza imagens sintéticas.

Grande expectativa também no que diz respeito aos filmes “hors concours”: a versão longa e “definitiva” de “Apocalypse Now” de Francis Ford Coppola, palma de ouro em 1979. A versão tem 53 minutos a mais, totalizando 3h23min. E teria mudado o sentido do filme, na opinião do cineasta norte-americano.

Há também muita curiosidade em torno de “Il mio viaggio nel cinema italiano” de Martin Scorsese, documentário sobre a história do cinema italiano, obra de 4 horas. Filme semelhante que ele realizou sobre o cinema americano é hoje referência.

No que diz respeito ao mundo de língua portuguesa, o velho mestre português, o nonagenário Manoel de Oliveira, internacionalmente respeitado, defende as cores de Portugal com “Je rentre à la maison” (volto para casa).

Quanto ao Brasil, só é representado pelo curta-metragem “As Mulheres Choradeiras”, da paraense Jorane Castro radicada em Paris. O filme não é lenda amazônica nem policial, mas num clima de realismo fantástico conta a história de 3 velhinhas carpideiras: um corpo que chorariam some…

Se é consolo para o Brasil, Grã-Bretanha e Alemanha não estão representadas no festival de Cannes que termina dia 20.

J.Gabriel Barbosa

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