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O grande encontro da arte contemporânea

O quadro "Femmes et Oiseaux", de Joan Miró, admirado pelos visitantes. swissinfo.ch

Até domingo a cidade de Basiléia é o centro europeu das artes. Considerada a maior mostra do mundo, a ArtBasel reúne um valioso acervo que atrai colecionadores, artistas e o público em geral.

No dia em que abria as portas à imprensa e a convidados especiais, a mostra foi visitada pelo ator Brad Pitt, pelo milionário e presidente do Chelsea Roman Abramovich, e pelo Sheikh Saud Al-Thani, entre outros ilustres.

A mostra, que está na sua 39ª. Edição, reúne trabalhos de mais de dois mil artistas dos séculos 20 e 21, pertencentes a cerca de 300 galerias, selecionadas entre mil candidatas que se inscreveram. A maior parte delas é de norte-americanas(72). Depois vêm as alemãs(49) e as suíças(35). Quatro delas são brasileiras – A Gentil Carioca, Fortes Vilaça, Millan e a Strina.
Há também duas portuguesas – Cristina Guerra e a Pedro Cera.

Visitantes especiais

A área chamada de Art Galleries concentra alguns trabalhos que talvez não sejam mais exibidos publicamente por alguns anos. Isso porque muitas das peças saem da feira diretamente para coleções privadas. Era nessa seção da mostra que circulava o milionário Roman Abramovich, que causou muito furor entre os negociantes de arte. E não é para menos. Há pouco tempo, o colecionador pagou 120 milhões de dólares em peças de Francis Bacon e Lucian Freud. Na feira de Basel, Abramovich admirou por algum tempo a escultura Femme de Venise I, de Alberto Giacometti. A peça está avaliada em 14 milhões de dólares.

O artista Brad Pitt circulava pela mesma região da mostra. Olhou a peça Standing Nude, de Kiki Smith, e outra do americano Paul McCarthy. Também causou furor com sua visita, mas mais perante o público feminino do que frente aos negociadores – mesmo usando roupas descontraídas, tênis e um chapéu. Acompanhado de alguém que lhe mostrava os trabalhos, o artista parecia estar apenas avaliando algo pré-selecionado por especialistas. É assim que muitos milionários visitam a mostra, acompanhados e orientados por arquitetos e marchands.

Coleção de Miró

Grandes galerias dão ares de museu à mostra, com trabalhos de Joan Miró, Fernand Léger, Pablo Picasso, Paul Klee, Auguste Rodin, Amadeo Modigliani, Francis Bacon, Lucian Freud, entre outros. Vez ou outra, os grupos visitam a mostra com guias, equipados com fones de ouvido. E a feira reúne trabalhos que poderiam mesmo estar em um museu.
É o caso da galeria Helly Nahmad, de Londres, que exibe a Masonites Series, coleção de 27 pinturas de Joan Miro de 1936. A importância dos trabalhos está no momento histórico em que foram feitos: em meio à guerra civil espanhola.

Participação brasileira

“Não temos sentido o impacto da crise do mercado americano no mundo das artes”, disse André Millan, dono da galeria brasileira Millan. Em seu stand exibe trabalhos de Tunga, Mira Schendel, Anna Maria Maiolino, Almilcar de Castro, entre outros. A galeria “A Gentil Carioca” está pela primeira vez na mostra de Basiléia, na parte Art Premiere. “Já participamos da Basel de Miami, mas estar aqui é uma oportunidade de mostrarmos nosso trabalho e dos artistas brasileiros”, disse o artista e galerista Marcio Botner. Na Artbasel, exibem o trabalho de Thiago Rocha Pitta.

Este ano a seção Art Statements conta com 31 exibidores de artistas jovens, e a Art Premiere com 16 projetos. A Art Unlimited, local que inclui instalações em diferentes plataformas, reúne 60 trabalhos. “Lament for the Children”, de Carl Andre, que apresenta 100 blocos de concreto colocados verticalmente é um dos trabalhos. “Hotel Democracy”, de Thomas Hirschhorn também interessa os visitantes. A instalação tem quase 4 metros de comprimento por 1,5 metro de altura e mostra o interior de diferentes quartos, com decorações distintas. Cenas de futebol, lâmpadas, pôsteres enfeitam os ambientes que não têm o padrão dos hotéis.

Hot Art – Balelatina

Em outro lugar da cidade, na Fundação Brasiléia, pode-se visitar a Hot Art- Balelatina. São 31 galerias de diferentes países que exibem trabalhos de 93 artistas. “É a primeira vez que estamos em Basiléia, mas já participamos de pequenas feiras porque temos uma galeria em Lisboa”, diz Lucio Albuquerque, dono da galeria Celma Albuquerque. Cabelo, Nelson Leiner, Leda Catunda e José Bento são alguns dos artistas que exibe. A outra galeria brasileira que está na mostra é a Marilia Razuk, com Amílcar de Castro, José Bechara, Ângelo Venosa, entre outros. A galeria portuguesa Carlos Carvalho, que representa cerca de 20 artistas em Lisboa, trouxe trabalho de seis deles. “Mas represento todos eles e é uma maneira de mostrar o trabalho de todos aqui”, diz Carlos Carvalho.

Na frente do centro de exposições da Artbasel, na Messeplatz, quem não visita a feira pode apreciar alguns dos Public Art Projects, que chamam a atenção de quem passa pela praça.

A Artbasel termina dia 8, e a praça ficará sem as obras de arte.
Mas a festa em Basiléia continuará, com a Euro2008.
Os bares devem continuar como os hotéis: lotados.

swissinfo, Lourdes Sola, Basiléia

A 39° edição da Art Basel é realizada entre 4 e 8 de junho.

Número de galerias participantes: 300, originárias da América do Norte, América Latina, Europa, Ásia, Austrália e África.

Número de artistas: 2000

Público esperado: 60 mil pessoas

A Art Basel é realizada nos pavilhões 1 e 2 do Centro de Exposições da Basiléia.
O evento está aberto de 11 da manhã até 19 horas.

O ingresso custa 35 francos.
Depois das 17 horas, este custa apenas 15 francos.

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